Os 12 países que integram a União de Nações Sul-americanas (Unasul) realizam o primeiro encontro do Conselho de Defesa em Santiago do Chile. O mecanismo de cooperação militar foi proposto pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e cridado em dezembro passado. Agora começou a sessionar com a presença dos ministros e vice-ministros dos 12 países que fazem parte da Unasul.
Trata-se da Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Suriname, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Mas na primeira jornada de debates para fortalecer a confiança entre os países aparecem acusações cruzadas.
Os principais conflitos estão relacionados à discussão sobre a Secretaria Geral do organismo, a espionagem entre os países da região e a compra de armas.
Em relação ao primeiro ponto, Uruguai e Argentina se enfrentaram, porque o candidato mais forte para assumir a Secretaria Geral é Néstor Kirchner, ex-presidente argentino que realiza uma disputa com o governo uruguaio pela instalação de fábricas de celulose. Por outra parte, Argentina foi acusada de espionagem policiais junto a funcionários do Uruguai e do Chile, apesar de que a funcionária argentina, Nilda Garré, tenha assegurado que não "fez parte das conversações".
Em relação à compra de armas, o Conselho de Defesa da Unasul analisou um informe em que se detalha que, em 2008, os investimentos militares na região alcançaram os 50 bilhões de dólares, frente a 39.960 milhões em 2007. Segundo esse informe, os maiores desembolsos foram do Brasil, Colômbia, Chile e Venezuela, mas também se evidenciaram planos de fortalecimento em euipamentos militares por parte do Peru.
Enquanto isso, o Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, Mike Mullen, visitou, na semana passada, o Chile, a Colômbia e o Brasil, e a Rússia pediu para ingressar como observador ao Conselho de defesa, em gestões ante Argentina.