Estudantes escolherão entre fazer o exame nacional ou o vestibular; método entrará em vigor apenas em 2015.1
A Universidade Estadual do Ceará (Uece) aprovou na noite de ontem, durante o Conselho Universitário, o sistema de seleção Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)/ Sistema de Seleção Unificada (Sisu)/Cotas para 50% das vagas disponíveis no primeiro semestre dos anos letivos. Os outros 50% serão selecionados por meio do vestibular tradicional. O novo método entrará em vigor apenas em 2015.1. Percentuais de vagas para o sistema de cotas ainda vão ser definidos.”Estudamos há um ano e meio essa proposta. Como nós não somos uma universidade federal, podemos experimentar. Optamos por permanecer com o vestibular no meio do ano”, esclarece o reitor da Uece, Jackson Sampaio.
O processo seletivo no meio do ano será realizado da forma tradicional, com a primeira fase multidisciplinar e segunda fase específica destinada ao curso escolhido pelo candidato, com acréscimo da redação.
A proposta de adesão será encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) para que o nome da instituição fique disponível para os estudantes no período do Sisu. Das 4.600 vagas ofertadas todos os anos, 2.500 são para o primeiro semestre e destas 1.250 serão destinadas ao sistema Enem/Sisu/Cotas.
Segundo Jackson Sampaio, essa adesão trará mais oportunidades para os alunos. “Como iremos disponibilizar mais de mil vagas para o Enem, temos a chance de receber até R$ 1,5 milhão anualmente. Mandamos os projetos de assistência estudantil para o governo federal e, se forem aprovados, recebemos as verbas”, esclarece.
O reitor certifica que a quantia ajudará a incentivar e desenvolver ainda mais os estudos e pesquisas realizados pela Uece.
Motivos
Desde outubro de 2012, a universidade avalia as condições do Enem. O principal motivo para a aprovação foi a política sólida das cotas. “Elas já existem há mais de dez anos e se mostram eficientes, uma alternativa compensatória e solidária”, afirma Jackson Sampaio.
Entretanto, a seleção não será 100% pelo Enem, pois a instituição alega que não se pode deixar de abordar assuntos regionais, que não entram no exame nacional. O aluno vai escolher entre fazer o vestibular ou o Enem.
Ainda de acordo com o reitor, é possível que ocorram mudanças na forma de abordagem do Enem. “Ano que vem, podemos alterar a forma com que o Enem vai selecionar nossos alunos, isso vai depender do resultado deste ano”, conta.
A estudante Maria Clara Vieira acredita que a mudança foi boa, mas que a nota de corte para ampla concorrência irá subir. “A adesão vai favorecer a entrada na universidade de pessoas historicamente prejudicadas, mas a nota de seleção irá se elevar bastante”, diz.
A aluna crê que a verba que a instituição receberá auxiliará no ensino da universidade. “A Uece vai poder e as estruturas”, diz.
Fonte: Diario do Nordeste