Trecho de rodovia homenageia Padre Cícero


A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira () parecer favorável do Senador Inácio Arruda ao Projeto de Lei da Câmara 149/2008, que atribui a trecho urbano da rodovia BR-116 no Município de Fortaleza a denominação Padre Cícero Romão Batista.

Em seu relatório, o Senador Inácio Arruda compatibilizou o projeto com duas leis que já existem denominando de formas diferentes outros dois trechos da mesma rodovia: A lei nº 11.363/2006 dá o nome de Rodovia Santos-Dumont a BR-116, a partir do quilômetro zero, em Fortaleza, até o entroncamento com a BR-040, no Estado do Rio de Janeiro. Já a Lei 11.916/2009 denomina Rodovia Governador Virgílio Távora o trecho da rodovia BR-116 que liga Fortaleza ao Município de Pacajus.

Pelo projeto que a Comissão de Educação aprovou, fica denominado “Rodovia Padre Cícero Romão Batista” o trecho urbano da rodovia BR-116 compreendido entre o viaduto da Avenida 13 de Maio e o viaduto de acesso à Cidade dos Funcionários, em Fortaleza.
“Para evitar a superposição de denominações no mesmo trecho, é necessário que se proceda à devida compatibilização das três homenagens – as duas já definidas em lei, confrontadas à que ora se pretende instituir –, todas consideradas igualmente justas e merecidas, em especial a Padre Cícero, porque seu espírito, vida e obra estão muito presentes na religiosidade do nosso povo”, explicou o Senador.  A proposta segue para apreciação do Plenário do Senado.

Biografia
O Padre Cícero Romão Batista nasceu em 1844, na cidade do Crato, e morreu em 1934, na cidade de Juazeiro do Norte, ambas no Estado do Ceará, deixando um enorme legado de fé, que leva anualmente a Juazeiro milhares de romeiros. No dia 2 de novembro de cada ano, caravanas de devotos chegam à cidade para reverenciar sua memória, na expectativa de graças que o “Padim Ciço”, como é carinhosamente chamado, poderá lhes conceder.

Como religioso ou como líder político, o Padre Cícero trabalhou incansavelmente pelo progresso espiritual e material da população pobre da região onde viveu. Não logrou, entretanto, o reconhecimento do “milagre” ocorrido com uma de suas auxiliares no trabalho pastoral, a beata Maria de Araújo – em várias ocasiões, segundo se registra, a hóstia a ela oferecida durante a comunhão teria se transformado em sangue. Todavia, em inquérito instaurado para averiguar as circunstâncias do fato anunciado como milagroso, a Igreja não apenas negou o necessário reconhecimento como puniu o Padre Cícero com a suspensão da ordem.

Foi assim que, impedido de continuar exercendo o apostolado religioso, o Padre Cícero passou a se dedicar à atividade política. Em 1911, foi eleito prefeito do recém-criado Município de Juazeiro do Norte. Durante sua administração, o município experimentou grande crescimento e algumas de suas realizações contribuíram significativamente para que a cidade se tornasse hoje a segunda maior do Estado do Ceará.