Os trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs (Organizações Não-Governamentais) avançaram nesta quarta-feira (), avaliou o relator da comissão, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Foram aprovados mais de 40 requerimentos convocando vários dirigentes de ONGs para depor. Enquanto isso, a oposição continua disparando ataques a entidades que receberam recursos do governo Lula.
Na primeira reunião do ano, um acordo entre oposição e governo permitiu a aprovação de alguns requerimentos na comissão. Serão convocados o reitor da UNB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland, e o ex-presidente da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), Antônio Manoel Dias Henriques. Também foi aprovado o comparecimento do ex-dirigente da ONG Unitrabalho, Jorge Lorenzetti.
Os membros da CPI também aprovaram requerimentos pedindo informações a várias instituições sobre aplicação de recursos oriundos de repasses federais. Durante a reunião, uma polêmica tomou conta da CPI: os requerimentos apresentados para investigar recursos do governo federal repassados a estatais e fundações universitárias. Para o relator, o debate foi gerado pelo amplo leque de investigação: “Como a CPI não foi criada a partir de uma denúncia ou algo específico, ela fica com o leque muito aberto. Precisamos delimitar, diz Inácio, acrescentando que se corre o risco de achar que “tudo que não fosse governo era ONG”.
Para o senador comunista, a retirada dos requerimentos nesse sentido foi importante porque envolvem empreendimentos que atuam em bolsas de valores e que têm um grande impacto na economia brasileira. “Isso colocaria em suspeição as entidades. Ao tirar um conjunto de fundações do leque de investigação da CPI, você está buscando focar mais. Não pode chegar todos os dias e jogar uma rede para ver o que se pesca. Então isso virou uma brincadeira e não uma CPI. Vamos focar nas denúncias, no marco regulatório. Fica mais claro o que queremos investigar na CPI”, afirmou Inácio.