O mandato do Senador Inácio Arruda produziu uma separata comemorativa do centenário de Vinicius de Moraes. A cartilha contém um pouco da obra do poeta em prosa, verso e canto.  Confira separata Vinicius Para Sempre

 

Apresentação

Fosse um só, seria Vinício de Moral – como bem observou Sérgio Porto. Vinicius de Moraes não se deixa prender em um só retrato, e poderia reclamar para si aquela defi nição de seu amigo Mário de Andrade: “Eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta”. Poeta, claro, um dos maiores da língua portuguesa – mas também diplomata, músico, dramaturgo, jornalista, cidadão do mundo comprometido com as grandes causas da humanidade, fabricante e cultivador de parcerias e amizades, aprendiz de cinema com Orson Welles, aprendiz de amor com todas as mulheres que compartilharam sua vida. Além das mulheres, Vinicius amou sem medo e sem reservas a vida e o mundo, e em particular esta pequena parcela do vasto mundo que um dia chamou de “patriazinha”, e que soube homenagear como poucos.

 

Múltiplo em suas múltiplas atividades, Vinicius é múltiplo também na multiplicidade dos seus admiradores. Cada um tem o seu Vinicius particular, aquele que lhe fala mais fundo ao coração. Na seara generosa de Vinicius de Moraes, há alimento para saciar todas as fomes do espírito. O meu Vinicius é antes de tudo um educador, um dos maiores que tivemos. Mais que nossa  inteligência ou qualquer habilidade específica, Vinicius educa nossa sensibilidade em seu sentido mais amplo, que engloba nossa capacidade de sentir, pensar e de agir no mundo, neste mundo que ele sabia ser absurdamente injusto, mas também absurdamente belo.

 

A consciência das imperfeições do mundo nunca foi, para Vinicius de Vinicius  Moraes, motivo para o desespero ou a inação, mas antes um chamamento para a necessidade de cultivar o amor, a amizade e a solidariedade entre os homens e as mulheres do planeta.
Vinicius ensina que o homem de bem não trai.

Vinicius ensina que todo amor, ainda que breve, é por toda a vida.
Vinicius ensina que é melhor ser alegre que ser triste.

Paro por aqui. No seu centenário, passo a palavra mais uma vez a Vinicius de Moraes. Apuremos  nossos sentidos. Sempre é hora de aprender.

 

Senador INÁCIO ARRUDA