Senado vai debater fontes alternativas de energia


O Senador Inácio Arruda apresentou requerimento de audiência pública para que as Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), de Infra-Estrutura (CI) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) discutam sobre fontes de energia alternativa.


O debate deve ser estruturado conjuntamente entre as três comissões, na forma de seminários. Como convidados, estão previstas as presenças de representantes do Ministério de Minas e Energia, do Ministério de Ciência e Tecnologia, da Associação Brasileira de Energia Eólica e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).


Com a iniciativa, o Senador Inácio quer ampliar o debate no Congresso Nacional sobre a necessidade da diversificação da matriz energética no Brasil, justamente no momento em que o Planeta discute alternativas para enfrentar o problema do aquecimento global.  “Onde estão as travas que impedem que a energia limpa se desenvolva com mais rapidez? Vamos localizar e destravar, apontar para o Governo brasileiro onde estão os obstáculos e construir um caminho alternativo. Senão a gente fica só na constatação de que existe o aquecimento global, mas não se resolve o problema”, argumentou Inácio.


Segundo dados do Balanço Energético Nacional, no Brasil 41% da matriz energética é renovável, enquanto a média mundial é de 14% e nos países desenvolvidos apenas 6%. A matriz energética no Brasil vem mudando rapidamente com a entrada em cena de sistemas que produzem eletricidade a partir da biomassa (qualquer matéria de origem vegetal), da luz solar e do vento.


Inácio cita o exemplo a energia eólica, onde o crescimento do setor tem sido de 25%, de acordo com dados do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica (CRSE). A energia eólica é a energia que provém do vento, ou seja, ar em movimento. É hoje considerada uma das mais promissoras fontes naturais, principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota. No Brasil, a energia eólica é bastante utilizada para o bombeamento de água na irrigação, mas quase não existem usinas eólicas produtoras de energia elétrica. No final de 2006, o Brasil possuía uma capacidade de produção de 237 MW, tornando-se o país da América Latina e Caribe com maior capacidade de produção de energia eólica.
Dados do CRSE indicam também que, nos próximos dois anos, deve haver uma expansão de 20 vezes no uso desse tipo de energia no Brasil. “O Brasil tem um imenso potencial eólico ainda não explorado. São cerca de 8,5 mil quilômetros de costa, isso sem contar as áreas no interior. E o Estado do Ceará foi pioneiro na realização de um levantamento do seu potencial eólico”, relembra o Senador.


Fora da região Nordeste, vários estados brasileiros possuem programas de levantamento de dados sobre a situação do vento. Há, instaladas, ao todo, nove usinas eólicas no Brasil, distribuídas nos Estados do Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará e Minas Gerais.