A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira (), projeto de autoria do Senador Inácio Arruda que institui o ano de 2007 como “Ano do Cinqüentenário” dos painéis Guerra e Paz, de Candido Portinari. A obra está instalada na sede da Organização das Nações Unidas, desde 6 de setembro de 1957.
A pintura foi um presente do Governo Brasileiro para a sede da ONU em Nova York. Já intoxicado pelo uso das tintas e, mesmo diante da proibição dos médicos e da ameaça à sua própria vida, Portinari aceitou o desafio de enfrentar aquele que seria seu maior trabalho. Em nove meses cobriu, pincelada a pincelada, dois paredões de quatorze metros de altura e dez metros de frente.
Após quatro anos de estudos preparatórios, Portinari entrega os painéis, mas não pode comparecer à inauguração, pois o pintor teve sua entrada nos EUA impedida e visto negado sob acusação de “comunismo”. Os murais denunciam a violência e exaltam o amor e o entendimento. Portinari utilizou não apenas a sua obra em favor da paz, mas também militou politicamente em prol deste objetivo.
Cinco décadas mais tarde, a exposição “Guerra e Paz – 50 Anos” foi prestigiada pelo Presidente Lula e apresentou, no mesmo espaço onde se encontram os monumentais murais, uma seleção composta por 40 estudos, esboços e as duas maquetes, junto de documentos históricos, textos e imagens. “Nosso projeto busca fazer justiça a um genial pintor brasileiro que revolucionou a nossa arte, interpretando, como ninguém, a angústia social do nosso tempo”, afirmou Inácio Arruda. Aprovada no Senado, a matéria segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.
Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, no interior do Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária e desde criança manifestou sua vocação artística. O pintor tem diversas recaídas da doença que o atacara em 1954 – a intoxicação pelas tintas, e terminou falecendo no dia 6 de fevereiro de 1962.