Ensinar a criança de até nove anos a ler, escrever e entender é o maior desafio dos municípios brasileiros para os próximos quatro anos. A avaliação é da secretaria executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Pilar, durante encontro entre técnicos do Ministério e gestores de Educação do Ceará e Rio Grande do Norte. O encontro acontece, até a sexta-feira, no Hotel Grand Marquise. Até abril, o MEC e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) realizam 11 reuniões, nas principais capitais, para atender os 5.563 secretários. “É preciso conhecer os caminhos para saber exatamente onde investir na educação de cada município”, afirma ela.
E por esta razão, o Ministério resolveu detalhar cada programa desenvolvido e as ações da educação básica, informando sobre os suportes técnicos e financeiros disponíveis.
Para facilitar o acesso direto e permanente aos programas, cada titular da pasta recebeu um “leptop” como doação do MEC. Na parte da manhã de ontem, durante uma hora e meia, os 300 participantes do encontro aprenderam com técnicos do Ministério como explorar o equipamento; como ter acesso à internet, onde encontrar os programas de cada secretaria e as ações dos diversos órgãos do MEC voltadas para a educação básica.
Entre os programas, estão os de transporte e da merenda escolares, o do livro didático e o da biblioteca na escola, os planos de ações articuladas (PAR) e as formas de acompanhar sua execução, o financiamento de creches e o programa da escola em tempo integral.
O presidente da Undime/Ceará, Flávio de Araújo Barbosa, avaliou como fundamental para que o novo titular saiba onde pode e deve agir para melhorar os índices de sua cidade. “Cada um saberá exatamente o que fazer e como executar cada programa. Com isso, nenhum secretário poderá dizer que não sabia de nada e, por isso, não agiu”.
A secretária executiva da Undime/RN, Rute Régis de Oliveira, adianta que a aprendizagem dos alunos no seu Estado será responsabilidade de cada município. Lá, 60% dos alunos, entre 8 e 9 anos de idade, e na 3ª série do Ensino Fundamental, são analfabetos funcionais. “Não adianta somente construir escolas, se a qualidade está lá embaixo. Em muitos casos, para melhorar isso, será preciso investir em outras áreas sociais”, analisa.