Referendos “ilegais” são encerrados em Tarija


O departamento boliviano sul de Tarija encerrará neste domingo () o ciclo de referendos revocatórios realizados em Santa Cruz, Beni e Pando, considerados ilegais e anticonstitucionais pelo governo.

Os crescentes temores diante dos confrontos entre os opositores e os defensores dessa consulta, junto a suspeitas de fraude, fazem numerosos especialistas considerar que a consulta tarijenha seguirá a mesma fórmula de seus predecessores.

Ainda que o deste domingo constitua talvez o seja menos lesivo ao poder central de La Paz, também recebeu uma ampla rejeição de parte de organizações sociais.

Vários agrupamentos de setores populares estabeleceram bloqueios para impedir a entrada das urnas e o material eleitoral em suas comunidades, o que faz pressagiar confrontações contra aqueles que pretendem obrigar as pessoas a votar.

Em declarações à agência de notícias Prensa Latina, a representante governamental nessa região, Celinda Sosa, criticou a presença ali de membros da União Juvenil Cruzenhista (UJC), promotores de distúrbios nos plebiscitos anteriores.

"A chegada da UJC tem o propósito de agredir e que as pessoas não tenham o direito de dissentir e pensar diferente a eles", afirmou.

A delegada do governista Movimento ao Socialismo destacou as manifestações de repudio a essa votação organizadas em zonas do território por setores afins ao presidente Evo Morales.

Segundo explicou, as ações realizadas por grupos opositores que obrigaram nesta semana ao presidente a suspender uma visita a Tarija, geraram um grande desgosto em boa parte da população.

Ante esse panorama, Sosa expressou sua preocupação pela ocorrência de choques violentos entre ambas as partes e a divisão que provocarão essas eleições no estado.