Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, quero fazer o registro de uma visita muito importante que fizemos a uma das obras de grande significado para o Brasil e especialmente para o Nordeste brasileiro.
Trata-se da Transnordestina. Para termos uma idéia da malha ferroviária do Nordeste, a malha que foi privatizada no Brasil, a malha ferroviária permite uma velocidade média de até 10km/h. É algo inaceitável para um País que quer crescer, que quer se desenvolver, que quer permitir que seu povo tenha vida digna.
Agora, como fruto do Programa de Aceleração do Crescimento, estamos assistindo ao renascimento da malha ferroviária nacional. A malha ferroviária do Nordeste recebe um investimento que vai permitir uma velocidade de até 90 km/h, em uma média nunca inferior a 70 km/h. Isso barateia os fretes, dá velocidade à entrega de produtos, permite um escoamento mais adequado da produção nordestina de grãos, de pedras importantes (o granito que está lá no interior do Ceará, para ser exportado ou usado no mercado interno, gera um sacrifício enorme ao ser transportado em cima de caçambas, de forma inadequada). Temos as condições mais favoráveis para que possamos desenvolver o Nordeste brasileiro. A Transnordestina, em sua primeira etapa, vai ligar o porto de Pecém, no Ceará, ao de Suape, no Estado do Pernambuco.
Fizemos uma visita na companhia de três Governadores de Estado: do Governador do Estado do Ceará; o Governo do Piauí e o Governador de Pernambuco. Visitamos o leito da ferrovia, uma obra extraordinária, uma obra de grande qualidade que está sendo feita no nordeste brasileiro, acompanhados de vários Ministros de Estado. Ali estavam o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento; o Ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira; o Ministro da Ciência e Tecnologia, porque é um investimento de tecnologia, Sérgio Resende; o Ministro José Pimentel, cuja vida política foi construída no Estado do Ceará, embora ele tenha nascido no Piauí, então é muito importante para ele e para todos nós; a Ministra Dilma Roussef; o Ministro da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins.
Já foi feita uma dissertação sobre a trajetória da Dilma. E é isto mesmo: ela tem a responsabilidade de governo de acompanhar o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, para examinar. Quer dizer, está sendo feito mesmo? O material tem a qualidade que nós exigimos no projeto? Vamos terminar no prazo? Onde estão os embaraços? É no financiamento, é no Banco do Nordeste, é no BNDES, é no Banco do Brasil, é na Caixa Econômica? Acho que essa é a responsabilidade difícil, difícil. Imagine um candidato que fica cobrando toda hora de todo mundo. Acho que esta é a tarefa mais árdua, mais complicada: você ser a pessoa que tem a responsabilidade de cobrar dos outros. Nem sempre essa cobrança permite um diálogo fácil. E essa é a responsabilidade da Ministra Dilma Roussef nos dias atuais.
Se a Ministra vai ser candidata ou não, primeiro, é um problema do partido dela, depois da conjugação de esforços que pode ser feita na frente política neste País. É outro problema. Mas, hoje, diante da crise econômica que o mundo vive e que, efetivamente, atinge o Brasil, temos de estar atentos para que esse programa dê certo.
Presidente Eduardo Azeredo, só a obra da Transnordestina e a da interligação de bacias contratam 15 mil pessoas, número maior do que o de demitidos pela indústria automobilística. As várias etapas contratadas vão alcançar 15 mil trabalhadores. Imaginem o impacto que essa obra tem de imediato e as perspectivas de desenvolvimento para a região nordestina. Então, são duas obras de grande impacto.
Fizemos essa visita com o Presidente Lula. Foi muito, muito importante para nós conhecermos, olharmos, enxergarmos o que está acontecendo com o Brasil. Uma luta de muito tempo, de muito tempo! Lembro-me de, quando o Presidente Sarney propôs a construção da Transnordestina e da Norte-Sul, travou-se um grande embate na mídia nacional contra as obras. Não foi fácil! Não foi fácil! Só agora, neste Governo, conseguimos retomar a Transnordestina e a Ferrovia Norte-Sul, duas obras de grande significado e que vão mudar a face econômica do Nordeste e da Região Centro-Oeste do nosso País, que já vem mudando há muitos anos, pela expansão da fronteira agrícola naquela região.
Sr. Presidente Azeredo, queria prestar contas da minha caminhada na Transnordestina. Ali presenciamos, primeiro, a conclusão da etapa inicial de 96 Km da ferrovia, de Missão Velha até Salgueiro. Ali também foi dada a ordem de serviço para um novo trecho de 164 Km, dentro do Estado de Pernambuco, criando as condições para que, em um ano, no máximo, possamos concluir essa etapa que liga o Porto de Suape ao Porto de Pecém, no Estado do Ceará, passando pelo Estado do Piauí.
Repito uma vez mais: essa obra vai ligar esses dois portos e, na etapa seguinte, vai nos interligar com a Norte-Sul. Vai ser um grande salto alcançar, a partir da Transnordestina, a Ferrovia Norte-Sul.
O Ceará já teve a primazia da produção de algodão, que perdeu em virtude da produtividade altíssima que outras regiões alcançaram, primeiro o Estado de São Paulo, depois o Paraná, Minas e, em seguida, hoje, o Centro-Oeste. Mas ali se instalou a indústria de beneficiamento e produção de tecidos, a indústria têxtil, que está sempre entre o segundo e o terceiro maior parque têxtil do Brasil. Imagine termos a facilidade de trazer de trem o algodão que hoje, meu caro Gilvam Borges, Senador do Estado do Amapá, é transportado para o Estado do Ceará em comboios, de carreta, com segurança armada, num frete caríssimo, que somos obrigados a pagar para manter a indústria têxtil no nosso Estado.
O Governo do Estado, juntamente com o Governo Federal, tem que fazer um esforço extraordinário para manter ali aquele parque têxtil, que gera emprego, que qualifica gente, que aproveita o pessoal que é formado nas escolas técnicas. Esse projeto da Transnordestina vai permitir esse salto na economia da região. Todo Governo vai aproveitar sempre o máximo que puder os seus êxitos Governo. E essa obra é um grande êxito.
Todo Governo vai fazer propaganda do que é bem feito e que ajuda o seu País e o seu povo. E essa obra ajuda o nosso País e o nosso povo. Por isso mesmo é que podemos ouvir a crítica da Oposição na nossa Casa, no Senado da República, no Congresso Nacional ou na mídia brasileira, que é o maior partido de oposição ¿ a mídia brasileira, conservadora na sua maior parte. Eles fazem a crítica, suscitam a dúvida, questionam. Talvez devamos olhar os textos de Elio Gaspari, um dos maiores críticos não só do Governo Lula, mas também de outros Governos do nosso País, reproduzidos em quase todos os jornais do País. E uma coisa é você dizer uma mentira mil vezes, o que pode transformá-la em verdade. Imagine, por outro lado, você dizer uma verdade mil vezes, Senador Mão Santa! Aí a coisa pega com muita força!
E falar da Transnordestina e da interligação das bacias do Nordeste Setentrional é falar a verdade. E repetir mil vezes essa verdade transforma essa obra num grande evento do atual Governo e de grande significado para nós que estamos, no Nordeste brasileiro, esperando a sua conclusão.
Obrigado, Sr. Presidente.