Trabalhadores dos transportes públicos de Portugal entram em greve nesta terça (8), nas principais cidades do país. Os funcionários reagem às medidas de austeridade e à decisão do governo de promover a fusão de algumas empresas. A paralisação atinge ônibus e metrô.
O presidente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), Vítor Pereira, disse que há um esforço da categoria para reduzir os danos causados à população, com a opção por paralisações em horários alternados. “Há uma revolta enorme entre os trabalhadores por causa das medidas que o governo quer impor”, disse ele.
Pereira disse ainda que a adesão à greve será ampla e atingirá cidades como Lisboa, e o Porto. As novas medidas anunciadas pelo governo devem acarretar demissões, cortes salariais e horários de trabalho mais longos.
A rede ferroviária é, até então, a mais afetada com a supressão da quase totalidade dos serviços em todo o país. No metrô e na rede rodoviária as paralisações são parciais e terão lugar ao longo de todo o dia.
Os principais sindicatos já convocaram uma greve geral para o dia 24 de novembro. As medidas de austeridade anunciadas pelo governo estão mobilizando setores crescentes da sociedade civil. Ainda esta semana, estão previstas manifestações de funcionários públicos e dos militares.
Depois da Grécia e da Irlanda, Portugal foi o terceiro país a necessitar de auxílio financeiro e a adotar medidas de arrocho, prejudicando o povo, que não teve culpa da crise. O objetivo do governo de centro direita é baixar o déficit até 4,5% do PIB até ao próximo ano.