Uma pesquisa nacional sobre hora extra está sendo elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), devendo subsidiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, de autoria do deputado federal Inácio Arruda (PCdoB) e do senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê a redução da jornada de trabalho como forma de gerar novos empregos em todo o Brasil. No Ceará, a pesquisa será iniciada na segunda quinzena de maio, junto a metalúrgicos, comerciários, trabalhadores da indústria têxtil e de serviços.
A pesquisa já começou em outros estados e deve traçar um perfil do trabalhador que faz hora extraordinária. ‘Queremos saber qual o impacto da hora extra no salário do trabalhador, se ele é a favor ou contra, se faz hora extra por opção ou pressionado, e o reflexo dessas horas extras na vida do trabalhador’, explica Francisco de Assis Diniz, presidente da CUT-Ceará.
‘Com certeza essa pesquisa vai mostrar ser possível reduzir de 44 horas para 40 horas semanais a jornada de trabalho, sem o trabalhador precisar fazer hora extra, e dessa forma criar novos empregos’, acredita Diniz. No Ceará, a CUT e o Dieese vão realizar a pesquisa sobre horas extras com comerciários do Shopping Iguatemi, da Grandene e da Terceira Via, além de outros postos de trabalho ainda a serem definidos.
Estimativas do Dieese/CUT apontam que a proibição de horas extras e a redução da jornada de trabalho possibilitariam a criação no País de 3,2 milhões novos postos de trabalho, além de 1,2 milhões de empregos indiretos.
A redução da jornada é a principal bandeira das comemorações deste 1º de maio. Na última sexta-feira, 29, a CUT promoveu um seminário alusivo à data com a participação do deputado Inácio Arruda, que discutiu o projeto de lei em tramitação no Congresso. ‘Trabalhar menos para que todos trabalhem’ é o lema da campanha pela redução da jornada.
A campanha tem o apoio das seis centrais sindicais: Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e Social Democracia Sindical (SDS).