Organizações exigem um novo sistema econômico mundial


Entre os dias 15 e 16 de novembro, os chefes de Estado dos países que compõe o G-20 se encontram para discutir acerca da crise financeira pela qual passa o mundo. Os participantes da reunião pretendem discutir as medidas que devem ser adotadas, os canais de transmissão, o impacto nos países em desenvolvimento, políticas fiscais, controle da inflação, preço de commodities e oscilações cambiais.

Em resposta a isso, o Jubileu Sul junto a outras organizações estão convocando para as mobilizações que serão realizadas no dia 15 a fim de reivindicar um Novo Sistema Econômico. As organizações estão coletando assinaturas para a Carta sobre a Crise Global dirigida ao G-20, exigindo a participação de todos os governos, movimentos e organizações sociais na construção desse novo sistema. As assinaturas serão recolhidas até o dia 13 de novembro por meio do sítio: http://www.choike.org/bw2/

Segundo as organizações, a cúpula programada falha no fundamental, pois exclui muitos países cujos cidadãos também sofrerão os impactos da crise e não provê nenhum espaço para as contribuições dos grupos da sociedade civil: "A resposta rápida e maciça dos governos dos países mais ricos para resgatar os bancos e as instituições financeiras contrasta severamente com seu fracasso em responder decisivamente à crise irresoluta de pobreza, marginalização e privações que têm afligido a maioria dos povos do mundo durante tanto tempo".

As entidades afirmam que o círculo de líderes governamentais por trás da cúpula somente aponta para a estabilização do sistema preservando suas característica essenciais: "É um sistema fundado sobre a concentração da riqueza e o controle econômico nas mãos de poucos, o abuso sem mitigar e irresponsável dos recursos da terra, a exploração do trabalho e o suor de muitos e o empobrecimento contínuo e cada vez mais profundo da maioria".

Considerando tudo isso, as organizações exigem mudanças estruturais fundamentais para transformar o sistema mundial econômico e financeiro para que outras crises desse tipo não ocorram mais. "Deve haver estruturas e políticas econômicas globais que coloquem em primeiro as necessidades dos povos, que respeitem e promovam os direitos humanos e a justiça social e ambiental – o emprego digno, meios de vida sustentáveis, serviços essenciais como o cuidado à saúde, a educação, a moradia, serviços de água e energia limpa", afirmam.

Antes da reunião do G-20, está programada a primeira reunião de ministros de Fazenda dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Também está previsto um encontro do chamado G-4 (Brasil, China, Índia e África do Sul), mais o México. O ministro Guido Mantega terá, ainda, um almoço de trabalho com o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul).