Organizações de latinos pedem lei anti-racismo ao governo Obama


Organizações latinas de direitos civis denunciaram nesta terça-feira a multiplicação dos crimes de ódio contra os hispânicos nos Estados Unidos e pediram ao Congresso e ao presidente eleito, Barack Obama, que aprovem uma lei contra o racismo.

"O presidente eleito e o novo Congresso não podem perder tempo e têm que aprovar imediatamente a lei de prevenção contra crimes de ódio, para que não se percam mais vidas às custas de ataques sem sentido", disse Janet Murguía, presidente do Conselho Nacional da Raça, um dos principais grupos latinos que lutam pelos direitos civis no país.

Em uma conferência no Capitólio, esse e outros grupos denunciaram o assassinato recente de dois jovens equatorianos por espancamento no subúrbio de Nova York.

Os latinos expressaram sua indignação pelo falecimento de Marcelo Lucero em novembro, que foi espancado por adolescentes em Long Island, e de José Sucuzhanay, espancado com seu irmão em 8 de dezembro na saída de um bar no Brooklyn.

"A onda de ódio desencadeada pelo debate sobre migração aumentou a violência e provocou a aparição de grupos racistas contra os latinos", explicou Murguía.

Essas mortes recentes "são conseqüência direta do ódio incitado por gente que erroneamente caracteriza todos os latinos e organizações que lhes prestam serviços como uma ameaça ao nosso país", acrescentou.

De acordo com o FBI, os ataques raciais contra latinos e asiáticos aumentaram de forma constante nos últimos anos. Um estudo do Southern Poverty Law Center, uma empresa de assessoria legal em direitos civis, indicou que o número de grupos racistas contra latinos e imigrantes também aumentou durante esse mesmo período.

Organizações racistas como a Ku Klux Klan, que no passado concentraram seu ódio contra a comunidade negra, expressaram recentemente que seus novos inimigos são os mexicanos e outros imigrantes provenientes da América Latina e da Ásia.

"Reconhecemos que muitos podem não estar de acordo com nossas posturas políticas, e aceitamos com gosto um debate enérgico a respeito, mas o ódio não tem lugar neste debate", afirmou Murguía.