Bem aceito por grande parte da sociedade, legalizado e promovido pela publicidade, o consumo de bebidas alcoólicas deve ser tema de conversa entre pais e filhos, de acordo com especialistas. Eles acreditam ser a melhor forma de combater o uso da substância durante a adolescência. O tempo certo para a conversa, no entanto, é variável e depende de cada família.
Início aos 13 anos
No 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada, nas 27 capitais estaduais brasileiras, os pesquisadores do centro de pesquisa constataram que a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos.
”Geralmente, eles mesmos consomem e até de forma exagerada. É difícil falar de uma coisa que você faz, às vezes, na frente dos filhos. Os pais que não consomem de maneira abusiva na frente dos filhos, os protegem do consumo. O ideal é que não consuma, mas, se consumir, é importante deixar claro que é bebida de adulto”, afirmou Zila.
A professora chama a atenção para o fato de a porcentagem de jovens que consomem bebida alcoólica ter caído entre as duas pesquisas do centro de informações sobre drogas. Em 2004, eram 41,2% os estudantes de 10 a 12 anos que tinham consumido álcool, percentual que caiu para 27,9%. Para Zila, a queda é resultado de políticas públicas e conscientização, mas é preciso maior convencimento sobre o problema, uma vez que o consumo excessivo tem crescido.
O Estado de São Paulo deu um passo muito importante no combate ao uso de álcool por crianças e adolescentes, ao sancionar uma lei que pune com multas, interdições e até perda de inscrição no cadastro do ICMS dos estabelecimentos que oferecerem, fornecerem, entregarem ou permitirem o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade.
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Segundo pesquisa a melhor forma de combater o consumo de álcool na adolescência é o diálogo entre pais e filhos. O tempo certo para a conversa depende de cada família
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Estudo, divulgado pela companhia cervejeira Ambev mostra que 33% dos pais brasileiros não conversam com os filhos sobre o consumo de álcool, apesar de 98% dizerem que consideram importante. Entre os 11 países pesquisados, o Brasil só fica na frente da Ucrânia (34%) e da China (53%). Na Alemanha, apenas 15% dos pais disseram não ter falado.
Quase metade dos pais brasileiros, que disseram não ter tocado no assunto, consideram que o filho é muito novo para isso (48%), apesar de a idade média que os entrevistados consideraram a ideal para a conversa ser 9 anos. Vinte e dois por cento disseram não saber como tocar no assunto, 15% afirmaram confiar nos filhos e 9% alegaram que acham estranho ou têm vergonha de conversar sobre isso.
Fonte: Jornal O Povo