Maior prazo


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo federal está negociando com os Estados e municípios para prorrogar por sessenta dias o prazo de pagamento do Simples. O ministro fez a afirmação ao fazer um relato das medidas já anunciadas pelo governo federal para minimizar os efeitos da crise financeira internacional. Ele lembrou que o governo já disponibilizou R$ 20 bilhões para financiar a safra agrícola, colocou R$ 4 bilhões para os bancos das montadoras e postergou o prazo de pagamento de diversos impostos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS e Cofins. "O governo continuará tomando medidas anticíclicas para estimular o crescimento", disse.

Mantega, após falar com a imprensa, retornou para o interior da Granja do Torto onde participará da segunda etapa da reunião ministerial, na qual todos os ministros participantes terão a oportunidade de fazer perguntas ou fazer exposições sobre a sua área.

Protecionismo

Mantega disse que a "boa notícia" no mercado externo é que os países estão enfrentando a crise de forma conjunta. "Agora há uma disposição dos países em combater a retração econômica, com decisões conjuntas, diferentemente de outros momentos em que os países se fechavam em si mesmos, com medidas como o protecionismo", afirmou Mantega, em rápida entrevista na portaria da Granja do Torto, no intervalo para almoço, da reunião ministerial. "Os países não estão querendo cometer os mesmos erros cometidos durante a crise de 1929, quando cada um foi para o seu lado, aumentando o protecionismo e se fechando em si mesmo. A crise só acabou dez anos depois, na época da Segunda Guerra. Agora os países já estão escaldados", afirmou o ministro.

Mantega relatou que na primeira parte da reunião ministerial, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, fez um relato sobre o encontro do G-20 (grupo dos países mais industrializados e emergentes) em Washington, na semana passada. "Precisamos de uma nova ordem econômica mundial e avançar com a Rodada Doha e resolvê-la até o final do ano", defendeu Mantega.

Ele disse que o Brasil começou a sentir os efeitos da crise a partir de outubro, com a falta de crédito e o aumento do dólar. Mas que agora, em novembro, a situação começou a melhorar. "O Brasil foi pego num momento de forte dinamismo econômico",afirmou.