O INSS decidiu simplificar a vida de quem precisa de perícia médica. Hoje, o trabalhador que paga pelo benefício, fica doente e precisa se afastar por mais de 15 dias, sabe como é difícil marcar uma perícia. A média de espera é de mais de um mês, mas tem segurado que chega a esperar seis meses na fila.
Em Curitiba, a espera chega até cinco meses. O motoboy Wagner Xavier perdeu um olho em dezembro e só conseguiu marcar o exame em maio. Nesta quinta-feira (19), ele e a mulher, Luzia, foram hoje cedo ao INSS para tentar antecipar a data. “Ele sempre pagou tudo certinho e agora que está precisando marcam pericia para daqui seis meses. Não tem condição dele ficar esperando”, desabafa.
A auxiliar de dentista Farida Haad está sem trabalhar há quatro meses, por causa de uma operação. Segundo o médico dela, o afastamento poderia ser de apenas 40 dias, mas sem a perícia ela não pode retornar ao trabalho. “Os médicos não encostam a mão em você”, afirma.
É para os casos menos graves – que o trabalhador precisaria de no máximo 60 dias de afastamento – que o INSS vai dispensar as perícias. Passa a valer o que o médico do segurado disser. Ele vai ter que preencher um atestado eletrônico dado pelo INSS, com certificado digital, que dificulta as fraudes. O atestado vai direto para o sistema da previdência.
Segundo o presidente do INSS, Mauro Rauschild, atualmente 43% dos auxílios-doença são para afastamentos de até 60 dias. O novo sistema começa a ser testado a partir de maio em São Paulo, Salvador e em cidades da região Sul. "Nós acreditamos que chegaríamos a até 14% na redução em número de perícias, algo em torno de 1,5 milhões de perícias que deixaríamos de fazer", explica.