As prefeituras que oferecerem educação em escolas regulares com atividades extraclasse para seus estudantes portadores de deficiências irão receber um valor em dobro do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) a partir de 2010. A mudança, publicada ontem em um decreto do governo federal, foi uma das formas encontradas pelo Ministério da Educação de tentar aumentar a chamada educação inclusiva no País.
Hoje, os governos já recebem um pouco a mais no Fundeb por um aluno com necessidade especial matriculado em uma escola regular. Se a criança estiver em escola especial – normalmente mantida por fundações ou ONGs -, esta instituição recebe outro tipo de financiamento específico.
Atualmente, 654 mil crianças e adolescentes com necessidades especiais estudam, no Brasil, em escolas regulares. Dessas, 306 mil são atendidas em espaços sem nenhum tipo de adaptação física, sem professores treinados e sem materiais especiais. E, apesar de o número de incluídos parecer alto, um cruzamento feito pelo MEC entre dados sobre crianças de 0 a 18 anos atendidas pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) – que paga um salário mínimo para pessoas com deficiências e oriundas de famílias de baixa renda – e o Censo Escolar mostra que 250 mil deles estão fora da escola, regular ou especial. “Nós sempre comemoramos o fato de que 97% das crianças de 7 a 14 anos estão na escola, mas muito pouca gente se pergunta sobre os outros 3%. Se você olhar caso a caso, a maior parte desses 3% é criança com alguma necessidade especial”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad.