Inácio apoia reivindicações dos governadores do Norte e Nordeste


O senador Inácio Arruda participou, com governadores do Norte e Nordeste, da entrega simbólica da Carta de Brasíia ao presidente do Sendo, José Sarney. O documento é composto por uma série de reivindicações para aumentar a participação das duas regiões na renda nacional. Apresentadas na forma de manifesto, as reivindicações vão de compensações para o fim dos beneficios fiscais conhecidos como "guerra fiscal", a uma repartição considerada mais justa dos royalties do pré-sal.

 
Os portadores da Carta de Brasília, entregue pouco antes pelos governadores à presidente Dilma Rousseff, querem a adoção de medidas que garantam a permanência dos investimentos nos estados do Norte e do Nordeste agora que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionais leis de seis estados e do Distrito Federal relativas a redução ou diminuição do ICMS para a instalação de empresas.
 
A decisão do Supremo Tribunal foi criticada durante a reunião, mas como é irreversível, os politicos estão se antecipando à possibilidade do fechamento de empresas ou à diminuição dos negócios, além de esperado freio à abertura de novas firmas.Os governadores também pedem a substituição do atual indexador das dividas dos estados, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGPDI), pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – (IPCA)
 
"A taxa (IGPI) é draconiana, perversa e não pode se manter",  destacou Inácio, em relação ao pleito de mudança do indexador que corrige as dividas dos estados.
 
Leia íntegra da Carta de Brasília
 
Reunidos em Brasília, na sede da representação do Estado do Ceará, em 14 de junho de 2011, dando seguimento a um processo de discussão do Sistema Tributário Nacional iniciado através do diálogo proposto pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, os Governadores do Norte e do Nordeste debateram a situação fiscal dos estados brasileiros, as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal em matéria Tributária, as propostas de unificação da legislação do ICMS e a imperiosa necessidade de dar continuidade ao processo de desenvolvimento regional que tem garantido a geração de empregos, a distribuição de renda e o crescimento da economia das duas regiões em índices superiores às médias nacionais e, por unanimidade, decidiram apresentar a seguinte agenda, constituída de temas que consideram que devem ser tratados de forma preliminar como pré-requisitos necessários a deflagração de qualquer discussão sobre Reforma Tributária:
 
1) Convalidação dos benefícios fiscais existentes, na forma da legislação de cada Estado;
 
2) Adoção de uma política de desenvolvimento com tributos federais, de forma que empresas instaladas em localidades menos desenvolvidas, notadamente nas Regiões Norte e Nordeste, sejam incentivadas com alíquotas reduzidas do IPI, IR, PIS e COFINS;
 
3) Modificação da tributação das operações interestaduais não presenciais, inclusive aquelas realizadas na modalidade de comércio eletrônico, destinadas ao consumidor final – pessoa física ou jurídica – igualando-se ao tratamento dado às operações entre contribuintes do imposto;
 
4) Considerando a decisão do Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu um prazo até dezembro de 2012 para que o Congresso Nacional aprove a nova legislação sobre os critérios de partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE), é fundamental a garantia de que não haverá redução nas receitas hoje existentes, preservando o percentual de 85% (oitenta e cinco por cento) historicamente destinado aos Estados das regiões menos desenvolvidas;
 
5) Alteração do atual indexador da dívida dos Estados, passando a adotar o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 2% (dois por cento) ao ano;
 
6) Adoção do critério “per capita” por aluno matriculado nas respectivas redes públicas das unidades da Federação para a distribuição dos recursos oriundos da contribuição do Salário Educação;
 
7) Imediata pactuação de critérios para a repartição do produto da arrecadação dos royalties oriundos do pré-sal que levem em consideração o legítimo interesse do conjunto da Federação Brasileira;
 
8) Manutenção dos mecanismos especiais consagrados no regime tributário da Zona Franca de Manaus;
 
9) Fixação no PPA 2011-2015 dos recursos para pagamento das compensações decorrentes da desoneração do ICMS nas exportações;
 
10) Abertura pelo BNDES de linha de crédito aos estados que lhes permitam a manutenção dos níveis de investimento dos últimos anos.
 
Brasília, 14 de junho de 2011.