O chefe do escritório político do movimento palestino Hamas, Khaled Meshaal, mostrou-se contra hoje que continuem as negociações de paz palestino-israelenses enquanto continuar o bloqueio imposto à Faixa de Gaza e as divisões entre as facções palestinas.

Meshaal, que vive exilado em Damasco, expressou esta postura durante um discurso na inauguração de um fórum internacional realizado na capital síria, para discutir o direito de retorno dos refugiados palestinos.

"Condenamos com total veemência a continuidade das negociações com Israel enquanto conrinuar o bloqueio em Gaza e o confisco de terras. Condenamos sua continuidade em meio às divisões palestinas", afirmou Meshaal.

O dirigente do Hamas considera também que os negociadores palestinos "não estão preparados" para manter conversas de paz com Israel, devido às divisões entre os próprios palestinos.

"A divisão entre os palestinos é conseqüência de um plano americano, devido a sua insatisfação (dos EUA) com o resultado das eleições palestinas", disse Meshaal, em referência à vitória eleitoral do Hamas no pleito de janeiro de 2006.

Sobre o diálogo de reconciliação palestino, cujo começo estava previsto para o último dia 9, mas que foi adiado devido ao boicote do Hamas, Meshaal insistiu em que seu grupo se negou a assistir, porque não viram atendidas suas exigências.

Entre estes pedidos, Meshaal citou a realização, primeiro, de um diálogo que se desenvolva "com tempo" entre as facções palestinas, em vez de só assinar um acordo.

Além disso, lembrou a exigência de colocar em liberdade os membros do Hamas detidos pelo Fatah na Cisjordânia, de definir uma data concreta para a realização de eleições palestinas e a rejeição em renovar a trégua estipulada com Israel em Gaza, que terminará em dezembro.

"Insistimos nestas exigências. Não são nenhuma condição para o Egito ou qualquer país árabe que promova o diálogo, mas são um direito palestino", disse Meshaal.

Além disso, pediu às autoridades egípcias e a todos os árabes que aceitem os pedidos do Hamas para que o diálogo interpalestino "tenha êxito".