Galeria de fotos retrata história do PCdoB


De Maurício Grabois a Renildo Calheiros. De 1946 a 2007. A galeria de fotos dos líderes do PCdoB, inaugurada nessa quarta-feira (), na Liderança do Partido na Câmara dos Deputados, representa importante parcela da atuação política dos comunistas, apesar de grande parte dela ter sido vivida na ilegalidade. Coube ao ex-deputado, líder por três vezes, Aldo Arantes, fazer o discurso de saudação.

As fotos dos três líderes comunistas – Lênin, Marx e João Amazonas, presidente de honra do PCdoB – também figuram nas paredes da sala de reunião da Liderança. Na parede oposta, estão os ‘outros comunistas’, que lideraram a bancada ao longo dos anos de representação parlamentar do Partido – Maurício Grabois, Haroldo Lima, Aldo Arantes, Aldo Rebelo, Sérgio Miranda, Inácio Arruda e Renildo Calheiros. Único representante do PCdoB no Senado, Inácio foi líder do PCdoB na Câmara em 2001, 2002, 2003 e 2006.

A jovem deputada comunista Manuela D´Ávila uniu-se ao grupo dos líderes no descerramento das fotos, cobertas por um enorme pano vermelho. Renildo Calheiros fez uma breve abertura do evento, definindo-o como um fato simples para organizar as fotos. Lamentou ausência de Haroldo Lima, que foi o líder do PCdoB o maior número de vezes – oito vezes. E convidou Aldo Arantes a falar em nome dos sete líderes.

Anos de luta

‘O fato é simples, mas atrás desse fato simples tem muita luta, resistência, e período significativo da história do PCdoB’, destacou Arantes.  Ele disse que durante todo esse período, ‘o PCdoB lutou e esta luta caracterizou a atuação do nosso Partido que ganhou autoridade política’.

O Partido Comunista do Brasil é hoje identificado pela atuação de pessoas como Jandira Feghali, Aldo Rebelo, Renato Rabelo, demonstrando que são pessoas sérias, comprometidas com a luta do povo. Para o líder comunista, ‘esse momento é estímulo para que se continue na luta’, disse, anunciando a determinação do Partido de participar das eleições de 2008 com chapas próprias, ‘para que se torne forte, poderoso e influente’.

Seguindo a sequência de fotos, Aldo Arantes foi fazendo o resumo da história do Partido, começando com Maurício Grabois, líder em 1946 e 1947, ano em que o Partido foi colocado na ilegalidade. Os comunistas retomaram posteriormente a atuação parlamentar na Câmara, ainda no PMDB, com o líder operário Aurélio Peres, que não está na lista por que não figurava como sendo representante comunista.

De 1978 a 1982, foram eleitos três deputados José Luis Guedes de Minas Gerais; Haroldo Lima, da Bahia; e o próprio Aldo Arantes, de Goiás, ainda no PMDB. Em 1987, na época da Assembléia Nacional Constituinte, os deputados do Partido, eleitos pelo PMDB, assumem enfim a legenda do PCdoB.

A partir daí começa o período de 20 anos de presença do PCdoB na Câmara e agora no Senado. ‘A galeria retrata um longo período de luta política, com grande destaque na participação da Constituinte’, disse Arantes, lembrando a dedicação e presença de Amazonas na Constituinte. Ele destacou a quantidade de propostas que a bancada conseguiu formular e o êxito que obtiveram em uma série de questões, como a defesa do monopólio estatal do petróleo, reforma agrária e outros de ordem econômica, social e política.

Em seguida, ele lembrou a fase do neoliberalismo, quando muitas conquistas foram derrotadas, ‘mas o nosso Partido se manteve na linha de coerência política, não apenas em defesa dos direitos econômicos e sociais, mas sobretudo da ordem política, da liberdade de organização partidária’.

No momento mais recente, o PCdoB se destacou na discussão sobre a reforma política, em que defendeu, junto com outros partidos como o PSB, o financiamento público e o voto em lista. Arantes disse que quando o Partido denunciou a questão do financiamento particular de campanha como um dos fatores decisivos da corrupção eleitoral, o PSDB vota contra, demonstrando que o discurso ético é demagógico.