O líder ambientalista e sindical Chico Mendes, assassinado há 20 anos no Acre, foi homenageado hoje () durante o Fórum Social Mundial, em Belém. Organizado pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, o evento terminou com o plantio de cinco mudas de seringueiras no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Plantamos cinco mudas nas pontas da figura de um pentágono verde. Esse será o pentágono da paz, ao contrário do outro, que é o da guerra”, explicou Hamilton Pereira, ex-secretário de Articulação Institucional do Ministério do Meio Ambiente na gestão Marina Silva, em referência à sede do Pentágono, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, se referiu ao ambientalista acreano como “a figura mais emblemática” da defesa da Amazônia.
“O Acre era um lugar em que o crime organizado, a corrupção tomou conta do estado. As agressões ao meio ambiente eram também agressões aos direitos humanos e à democracia. E o Chico Mendes conseguiu reverter isso. Transformou-se em um modelo para o restante do mundo”, disse Miranda.
Um ativista indiano, que plantou uma das mudas, comparou a luta de Chico Mendes à perseguição de ambientalistas na Índia, onde, segundo ele, cinco pessoas foram mortas por protestarem contra a destruição de rios.
A homenagem reuniu cerca de 500 pessoas, entre seringueiros, comunidades extrativistas e muitos militantes do PT na tenda Cuba 50 anos, montada “em parceria” com a Fundação Perseu Abramo. Segundo Miranda, não houve patrocínio do PT para a delegação de participantes de Cuba.