O governo de Portugal aprovou hoje dois contratos de construção de fábricas de peças da Embraer que se localizarão em Évora, no interior do país. A construção deve começar em 2009 e a previsão é que as unidades comecem a funcionar em 2012. Segundo o ministro português Pedro Silva Pereira, estão previstos incentivos por parte do governo. "O total de incentivos poderá chegar a € 75 milhões", disse. O apoio deverá ser para a formação dos trabalhadores e inclusive de capital, com parte vinda de fundos da União Européia.
Além disso, os incentivos deverão incluir isenções fiscais. Segundo o ministro, o valor vai depender do faturamento das duas unidades. Caso a Embraer não chegue a concluir as fábricas ou resolva transferir a produção dessas unidades antes de 2017, estão previstas multas.
O primeiro contrato da Embraer é para uma fábrica de materiais compósitos (para moldagem estrutural) para aeronaves, com um investimento de € 52,2 milhões e criação de 129 postos de trabalho. Até 2017, o volume de vendas previsto é de € 78,6 milhões.
A segunda unidade é de estruturas metálicas para aviões, com um investimento de €117 milhões e prevendo a criação de 440 postos de trabalho. Para essa planta, até 2017, a estimativa de vendas e prestação de serviços é de € 255 milhões.
A Embraer anunciou as novas fábricas no final de julho, durante cerimônia em Lisboa com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro português, José Sócrates.
É a segunda vez que a Embraer investe em Portugal. Em 2004, a fabricante brasileira de aviões anunciou a compra do controle das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (Ogma), antiga estatal portuguesa ligada à força aérea que se dedica à reparação de aviões e que foi privatizada.