É tempo de cinema


É com grande expectativa que atores, produtores, diretores e cinéfilos aguardam a abertura do 21º Cine Ceará. A programação do Festival Ibero-americano de Cinema abre na próxima quarta-feira (8) e segue até dia 15 de junho, pela primeira vez, no Theatro José de Alencar. Com o tema Religião e Religiosidade no cinema, a mostra faz uma homenagem aos 100 anos de emancipação política de Juazeiro do Norte, cidade que também recebe parte da programação, entre os dias 9 a 16 de junho, no Memorial Padre Cícero e no Centro Cultural Banco do Nordeste.
 
Para Wolney Oliveira, diretor executivo do festival, com a mudança do local, o Cine Ceará vai ganhar com o glamour do próprio Theatro. “Minha maior expectativa é de lotar o TJA e fazer uma área de convivência nos jardins”, comenta. Ele, que também participa com o documentário Os Últimos Cangaceiros, destaca na programação as mostras dedicadas à documentarista americana Estela Bravo e ao cineasta brasileiro Eduardo Coutinho, que vão contar com a presença dos homenageados. Além destas, outras duas mostras especiais se dedicam ao cinema basco e à Escola Internacional de Cinema e Televisão (EICTV) – Cuba, que este ano completa 25 anos. Wolney cita ainda o documentário Bicicleta, colher, Maçã, de Carles Bosch, vencedor do premio Goya, o Oscar dos documentários. “Será a primeira exibição no Brasil deste filme e o fato de ele escolher o Ceará para essa estreia mostra que já é um festival importante”.
 
Na capital, a abertura do Cine Ceará será realizada nesta quarta-feira em evento para convidados com a exibição do filme O Coro. O drama de Werner Schumann conta os bastidores do ensaio de uma orquestra sinfônica e foi um dos nove selecionados (entre 109 inscritos) para a mostra competitiva de longa-metragem. Desta competição, fazem parte ainda seis produções internacionais e dois filmes cearenses, Mãe e filha, de Petrus Cariry, e Homens com cheiro de flor, de Joe Pimentel.
 
O 21º Cine Ceará vai receber ainda a mostra competitiva brasileira de curtas-metragens, com participação de produções de seis estados, incluindo o cearense A casa das horas, de Heraldo Cavalcanti. Já a mostra Olhar do Ceará lança olhos sobre os novos produtores de curtas cearenses, como o premiado Princesa, de Rafaela Diógenes. “Mas, eu senti falta de ver mais o Ceará e o Nordeste na programação. O que tem de nosso ficou meio defasado esse ano”, critica Rafaela. Para ela, com o crescimento da produção local, o espaço deveria crescer também.
 
A atriz Juliana Carvalho discorda e acredita que o cinema cearense está bem representado na mostra. “Acontece que agora vem filmes de vários lugares. Ele acaba sendo uma vitrine do que se está produzindo na América Latina, que está fora do circuito comercial”. Ela, que é protagonista de Mãe e Filha, comemora esse perfil internacional do Cine Ceará, que acaba oportunizando um intercâmbio de experiências entre os países. “Acaba sendo um festival de peso porque tem uma troca nesse sentido. É a segunda vez que eu participo, mas agora é com um personagem de mais destaque, que mostra meu trabalho de uma forma mais forte”, completa.
 
Segundo o coordenador de audiovisual da Vila das Artes, Lenildo Gomes, com a mostra Olhar do Ceará, as pessoas podem prestar mais atenção no que se produz por aqui. “Ela é uma oportunidade de democratizar essa produção cearense, que está cada vez mais se qualificando. Fortaleza esta vivendo um momento bacana com o cinema e, para as pessoas que estão começando, isso é super importante”.
 
SERVIÇO
 
21º CINE CEARÁ
Quando: 08 a 15 de junho 
Onde: Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro)
Preço: Gratuito de 9 a 14 de junho 
(dias 8 e 15 somente para convidados) 

Outras informações: www.cineceara2011.com