Passo relevante foi dado pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, aprovando a criação da Região Integrada de Desenvolvimento do Cariri-Araripe (Rica), composta de 70 municípios. Pela amplitude atribuída a esse instrumento transformador de áreas subdesenvolvidas, ela se expandirá por áreas limítrofes do Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba na Chapada do Araripe.
Os gestores públicos não tiveram capacidade no enfrentamento da praga, com medidas capazes de erradicá-la, o que foi lamentável. No entanto, durante as três décadas do século XX, nas quais o besouro fez estragos irreversíveis, o Ceará contava com especialistas em algodão com condições técnicas de estabelecer uma reação. Havia também inúmeros centros experimentais, habituados na condução de recursos tecnológicos para conter as consequências das pragas agrícolas.
O Cariri resistiu a esse baque econômico, diversificou suas riquezas, explorou com maior intensidade o turismo religioso e se beneficiou de centros de ensino e pesquisas de nível superior, elevando o conhecimento de sua mocidade estudiosa. Comércio, indústrias e serviços estão integrados a esse esforço. Os resultados aparecem no crescimento continuado do Produto Interno Bruto Regional, sinal evidente dos resultados de sua economia cada vez mais promissora.
Entretanto, à falta de um plano diretor de desenvolvimento e de investimentos públicos em grande escala, o Cariri poderá ter, no futuro próximo, os frutos de sua Região Integrada de Desenvolvimento. Ela abrangerá 46 mil quilômetros quadrados, nos quais residem a população de mais de 1 milhão e 500 mil habitantes da macrorregional do Cariri e do entorno correspondentes às porções dos Estados de Pernambuco, Paraíba e Piauí.
Quando for formalmente instituída, a Região Integrada se alimentará com recursos financeiros da União para ações articuladas com os Estados e os municípios nela integrados. As inversões financeiras se destinarão ao aproveitamento das potencialidades produtivas locais compatíveis com a conservação ambiental, o turismo ecológico, científico e cultural. O desafio é instigante.
O projeto segue, em breve, para a Câmara dos Deputados. Sua transformação em lei só dependerá do empenho dos parlamentares dos quatro Estados.