Respaldada pelo apoio popular obtido nas eleições primárias argentinas, Cristina Kirchner quer debater a questão da venda de terras a estrangeiros no país.
Durante a coletiva de imprensa concedida na segunda-feira (14), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, reforçou a necessidade de que seja aprovado o projeto de lei, enviado pelo governo ao Congresso em abril, para regulamentar a propriedade de terra no país.
A proposta proíbe que estrangeiros detenham mais que 20% do total de terras rurais na Argentina. Hoje, os estrangeiros detêm cerca de 10% das terras do país.
O assunto foi discutido no Congresso em junho, mas não houve acordo. O resultado das eleições primárias, realizadas domingo, que consagraram a presidente com mais de 50% de aprovação, “conferiram legitimidade suficiente para que ela volte a propor a discussão do tema”, como declarou a deputada Vilma Ibarra ao jornal Página 12.
Cristina pediu a “todas as forças políticas” que apressem a aprovação desta lei, considerada por ela como “chave e central” frente à crise econômica que se configura nos países desenvolvidos. A intenção do governo é que o projeto seja debatido ainda em setembro.
“Esse assunto está relacionado com o deslocamento que estão operando em matéria de capitais, que passam de ativos financeiros a físicos. Precisamos urgentemente desta lei”, justificou Cristina.
Segundo ela, a Lei de Terras foi proposta com base em um pedido das associações de produtores agropecuários: “eles visualizam com muita clareza o perigo que significa para a Argentina perder o poder de um recurso estratégico não renovável como a terra”.