Copom mantém taxa básica de juros


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve  nesta quarta-feira() a taxa básica de juros, a Selic, 13,75%. Essa taxa remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e é usada pelo BC como instrumento de controle da inflação.

Quanto mais alta a Selic, mais caro fica o crédito, o que desestimula o consumo de bens e serviços. Quanto a Selic é alta, os bancos preferem comprar títulos do governo, remunerados pela Selic, do que emprestar aos consumidores.

No início deste ano, a Selic estava em 11,25%, permaneceu assim em março, subiu para 11,75% em abril, e na reuniões seguintes do Copom também foi elevada: 12,25% em junho, 13% em julho e 13,75% em setembro e outubro.

A taxa de juros fixada pelo Copom é a meta para a Selic e normalmente vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do comitê. No entanto, pode ser definido o chamado viés, que permite ao presidente do BC alterar a taxa a qualquer momento entre as reuniões. A última vez que isso aconteceu foi em março de 2003, quando foi estabelecido o viés de alta, ou seja, o presidente do BC podia elevar a Selic.

 
Centrais criticam Copom
   
A Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), a Força Sindical e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) criticaram nesta quarta-feira () a manutenção da taxa de juros em 13,75%, sem viés. Em nota, a CTB diz que "A decisão do Copom premia a usura, alimenta a ganância dos especuladores e contraria frontalmente os interesses da classe trabalhadora." Já a Força Sindical diz que o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) “é um desastre para a economia brasileira” e “um banho de água fria no crescimento da economia” para o primeiro semestre de 2009.

“O governo não pode continuar com esta política que privilegia os especuladores em detrimento da produção e o emprego. A somatória da crise econômica com os juros em patamares estratosféricos vai prejudicar os trabalhadores que lutam para manter seus empregos”, disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva.

Para a Fecomércio, a decisão do Copom está “dissociada da realidade econômica mundial”. “Pode-se dizer que mesmo parada, a Selic subiu até 2% nos últimos meses, na comparação com os juros vigentes nos EUA e na Europa, que têm sido drasticamente reduzidos pelos respectivos bancos centrais. Enquanto isso o nosso BC ignora o risco do contágio pela recessão mundial e se preocupa com o perigo mais imaginário do que real da inflação”, disse o presidente Abram Szajman.