Mereceu destaque na Imprensa a posse de Aldo Rebelo na presidência da República, quando da viagem de Lula a Venezuela neste novembro de 2006.30 horas foi a permanência dele no Palácio do Planalto: não assinou decretos, desapropriação de terras, não autorizou a abertura de arquivos relativos aos embates dos líderes comunistas com as Forças Armadas, tampouco acionou os mecanismos oficiais para localização das ossadas dos guerrilheiros do partido dele (Aldo) mortos durante o regime militar (/1985).Foram esses os tópicos enfatizados pela Imprensa…
A passagem de Aldo Melo na presidência da República mereceu, também, análises de cientistas políticos, como o cearense Josênio Parente que considerou o fato como “ascensão das massas ao poder”, não causando impacto na sociedade brasileira. O acontecimento emocionou velhos camaradas, como Renato Rabelo que considerou justas as comemorações da interinidade de
Aldo , considerando que “na maior parte da luta, não podíamos nem aparecer, hoje estamos na Presidência da República.”
É isto aí: a democracia brasileira se desnuda aos olhos da Nação amadurecida, que ultrapassou pesadas e dolorosas etapas para chegar a este momento festejado, sem traumas, ameaças, torturas, perseguições e mortes em calabouços e porões de delegacias e quartéis, sem viúvas de maridos vivos, sem órfãos de pais riscados dos registros oficiais…
Há que se lembrar e citar nomes dos que não traíram seus ideais às custas da própria vida, como se deve cultuar-no recesso de lares anônimos-os que também trilharam os caminhos dolorosos da liberdade, da justiça, da igualdade. A presença de Aldo Rebelo na Presidência da República não pode ser medida:transcende ao tempo estipulado de 20 horas – é um dos mais belos capítulos da democracia no Brasil. Eu não tenho dúvida de que num amanhã não distante os Palácios de Governos serão ocupados por membros de qualquer partido político e de coloração ideológica a mais diversa, sem traumas, sem susto, sem surpresa.
A democracia social já se faz presente com Lula na presidência, a democracia política com Aldo Rebelo no Planalto.Aguarda-se agora, e que venha logo, a democracia plena, justa, sem distâncias econômicas, sem disparidades culturais, sem barreiras de qualquer natureza…