Chefe do Parlamento europeu repudia restrição a Morales


O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, afirmou nesta sexta-feira (5) que o tratamento dado ao chefe de Estado da Bolívia, Evo Morales, cujo avião esteve retido em Viena por mais de 13 horas, “foi ridículo e inaceitável”.

 

Schulz, que discursou nesta sexta em Madri no Fórum Nova Economia, afirmou que seria preciso “comprovar, quem deu as ordens” para uma ação desse tipo e advertiu que os europeus “não podem deixar de respeitar as regras do direito internacional”.

Em seu discurso o presidente do PE também falou sobre Snowden e sua influência nas relações entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos. Segundo Schulz, os serviços secretos “são necessários” para se ter uma “ordem pública forte e sólida, que signifique uma boa proteção para os cidadãos”.

“Agora, o que não sabia era que o escritório do Parlamento Europeu em Washington era um lugar onde se planejavam atentados terroristas”, afirmou em referência à atitude americana. “Por isso me pergunto por que nos trataram como uma força hostil”, com ações típicas da “Guerra Fria”. “Necessitamos que os EUA nos digam e nos justifiquem por que fizeram isso”.

Quanto a Snowden, disse Schulz, “ele está nos colocando em uma situação difícil: os americanos são nossos amigos e espero que continuem nos considerando como tais, assim como acreditamos que são amigos nossos”. “Mas temos que ser honestos. Eles querem que capturemos um homem que violou as regras, mas o fato é que com seus atos, Snowden nos revelou que os EUA também não seguiram as regras conosco”, afirmou o presidente da Eurocâmara.

Espanha não pedirá desculpa

“A Espanha disse que em nenhum caso iria restringir o espaço aéreo e que mantinha vigente a autorização para que o avião pousasse e reabastecesse em Las Palmas”, nas ilhas Canárias, onde Morales fez escala na quarta (3) depois de passar várias horas retido no aeroporto de Viena.

García-Margallo também pediu calma após o fechamento do espaço aéreo de alguns países europeus ao avião de Morales, que retornava de Moscou a La Paz. “Temos que tentar de alguma maneira acalmar os ânimos, baixar os espíritos e voltar a retomar as relações”, disse o ministro ao canal público TVE.

O presidente boliviano se viu obrigado a fazer uma escala na terça-feira na capital da Áustria, depois que, segundo La Paz, França, Portugal, Itália e Espanha negaram permissão de sobrevoo ante a suspeita de que o avião poderia transportar o fugitivo americano Edward Snowden.

Com informações da  Efe e AFP

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