O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está sendo submetido a fisioterapia em Cuba para poder voltar a seu país, depois de ficar fora um mês e meio se recuperando de uma complexa cirurgia contra um câncer, disse nesta terça-feira seu colega boliviano, Evo Morales.
As declarações do líder esquerdista aliado de Chávez foram seguidas por um anúncio do governo venezuelano de “notícias animadoras” sobre a saúde do mandatário, sem mais detalhes. Mas seus funcionários esclareceram que ainda não há uma data definida para seu retorno à Venezuela.
Chávez não é visto nem ouvido em público desde que voltou a Cuba em 10 de dezembro para sua quarta cirurgia em 18 meses pela doença, que o forçou neste mês a adiar indefinidamente seu juramento de posse para um novo mandato até 2019.
“Anteontem (domingo) e ontem (segunda-feira) falei com Cuba … temos uma boa notícia, o irmão comandante-presidente Hugo Chávez já está em fisioterapia para voltar a seu país”, disse Morales durante um comício em La Paz.
“Esperamos estar logo juntos em eventos internacionais como sempre, os líderes da pátria grande como Fidel (Castro), como Hugo Chávez nos fazem muita falta em eventos internacionais e tenho certeza de que logo estaremos nas cúpulas de chefes de Estado”, acrescentou sem dar mais detalhes.
Devido ao complexo pós-operatório que Chávez atravessa, diversos rumores sobre um suposto agravamento de sua saúde têm se espalhado. O mais recente garante que o Hospital Militar de Caracas estaria sendo preparado para recebê-lo.
“Foi animadora a notícia de que o companheiro (ministro da Ciência e Tecnologia) Jorge Arreaza nos brindou sobre a evolução da saúde do comandante Chávez”, disse o ministro da Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas, em mensagem na TV.
“Ainda não está prevista uma data para seu retorno”, acrescentou.
Diante da falta de detalhes sobre a condição de Chávez, os venezuelanos se perguntam se ele continuará governando para organizar uma transição ordenada ou somente para se despedir.
FUTURO POLÍTICO
Antes de partir para Havana, Chávez designou o vice-presidente Nicolás Maduro como seu herdeiro político e pediu a seus seguidores que votassem no ex-motorista de ônibus caso não pudesse continuar no comando.
Se Chávez morrer ou renunciar, novas eleições devem ser convocadas nos 30 dias seguintes. Maduro deve figurar como candidato do governo e, provavelmente, Henrique Capriles da oposição.
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse na segunda-feira que viajou a Cuba e conversou com Chávez, que já “ri e brinca”.
Contudo, a oposição se pergunta por que o mandatário conversa com familiares e ministros, mas não envia alguma mensagem ao país por telefone, assim como fez em recuperações anteriores.
Apesar de Chávez não ter jurado em 10 de janeiro como manda a Constituição, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela permitiu que ele cumpra esse ato mais à frente e autorizou a continuidade indefinida dos trabalhos do mandatário e de seu gabinete.
Desde que Chávez revelou que sofria de câncer, em junho de 2011, a saga de sua doença inclui quatro cirurgias, duas recorrências e igual número de retornos triunfais anunciando que havia superado o câncer, a última delas dois meses antes de ser reeleito em outubro.
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