Centenas de presos palestinos fazem jejum de um dia em solidariedade a grevistas


Samer Isawi, Tareq Qaadan e Jafar Azzidine estão há mais de 80 dias em greve de fome em prisões israelenses

Cerca de 800 presos palestinos fazem nesta terça-feira (19/02) uma greve de fome de um dia em solidariedade a três detentos em jejuns de longa duração contra o tratamento recebido em prisões israelenses.

 

Criança atira pedra contra soldados israelenses em Hebron. Tensão pode levar a nova revolta popular na Palestina – EFE

De acordo com a SPP (Sociedade de Prisioneiros Palestinos), os reclusos nas prisões israelenses de Nafha, Ramon e Eshel querem pressionar a API (Autoridade de Prisões Israelenses) para que atenda as reivindicações dos grevistas. A porta-voz da API, Sivan Weizman, disse à Agência Efe que 500 presos palestinos nas prisões de Eshel e Ramon “devolveram suas refeições” hoje.
Hamas, Jihad Islâmica, Frente Popular para a Libertação da Palestina e Frente Democrática para a Libertação da Palestina anunciaram que tomarão parte na ação de protesto solidária, segundo a SPP.

A situação de três grevistas, entre os quais Samer Isawi — há 200 dias sem ingerir comida sólida — gerou protestos nas ruas de Belém, Hebron e Ramallah. Isawi foi libertado por Israel em 2011, durante o acordo que trocou o soldado Gilad Shalit — prisioneiro do Hamas em Gaza — por 1.027 palestinos. No entanto, Isawi foi novamente capturado um ano depois após ser acusado de ter violado ordem para que não saísse de Jerusalém.

 

 

O ministro para os Prisioneiros da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Issa Qaraqe, advertiu que a situação pode levar a uma nova revolta popular contra a ocupação israelense. Na sexta-feira (15/02), centenas de palestinos protestaram ao longo da Cisjordânia em solidariedade aos presos em greve de fome. Forças de segurança israelenses reprimiram a manifestação.

Além de Isawi, Tareq Qaadan e Jafar Azzidine estão há mais de 80 dias em greve de fome.

 

800 mil detidos

O chefe negociador palestino, Saeb Erekat, pediu ontem com urgência em carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, para intervir de maneira urgente para ajudar a libertar presos palestinos em prisões israelenses.

Erekat acrescentou que “o comportamento ilegal das forças de ocupação israelense, e em particular as leis draconianas contra os palestinos, incluindo a denominada ‘detenção administrativa’, permitiu a Israel, a potência ocupante, encarcerar cerca de 800 mil mulheres e homens palestinos, incluindo menores e idosos, desde o começo da ocupação, em 1967”.

O representante advertiu que, se algum dos prisioneiros morrer pela greve de fome que realizam para protestar contra sua situação, “responsabilizaremos plenamente Israel de sua morte e à comunidade internacional parcialmente responsável por permitir que Israel atue com semelhante impunidade manifesta”.

 

Fonte: Opera Mundi

 

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