Ceará é destaque em implementação da cultura afro-brasileira na educação


Ceará é um dos estados que se destaca no país, quando se fala na aplicação da Lei 10.639 – que torna obrigatório o ensino da história africana e afro-brasileira. Segundo uma pesquisa do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (Ceert), em parceria com o Ministério da Educação e a Unesco, outro estado do Nordeste com grande destaque é a Bahia.

Além disso, a pesquisa aponta que a implementação de conteúdos em todas as disciplinas ocorre de forma lenta em todas as redes escolares. Mesmo assim, asescolas municipais (com 46% do total com implementação) e as estaduais (com 39%) estão na frente das particulares (com apenas 6%).

Situação de Fortaleza

Segundo Sueli Farias, que é gerente da educação especial e diversidades daSecretaria Municipal de Educação (SME), a implementação nas escolas municipais de Fortaleza foi intensificada a partir de 2008, tendo participado de diversos projetos, como seminários, teatros e painéis.

“Nosso objetivo é que ela [a cultura afro-brasileira] seja inserida nas disciplinas no decorrer do ano e que não seja de forma pontual, só em novembro”, disse. Sueli citou o mês novembro principalmente pelo Dia Nacional da Consciência Negra, que é comemorado nesta quarta-feira (20).

Ainda segundo a gerente, atualmente a implementação sobrecarrega mais os professores de história do que de outras disciplinas. “A orientação é que essa questão seja trabalhada por todos os professores, independente das disciplinas que lecionem”, ressaltou.

Mesmo assim, Sueli explicou que a educação não se consolida facilmente, por isso avaliou que o caminho em que se encontram as escolas municipais de Fortaleza é positivo e progride com o passar do tempo. Além disso, pontou que os professores da rede estão sendo capacitados na temática, com formações continuadas.

“A importância da implementação ainda na infância é que a gente atribui a algo natural, sem nada ser imposto em dado momento da vida. Na educação infantil, a criança vai se construindo como indivíduo, que aceita as diversidades, que não tem preconceito com cor”.

Tribuna do Ceará
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