O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, esteve nesta quinta-feira no Senado para prestar esclarecimentos sobre a política externa brasileira, incluindo o seu papel no cumprimento das metas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro deste ano pelo Executivo federal.

O Senador Inácio Arruda, autor do requerimento que convidou o Ministro, mencionou as dificuldades na integração dos países sul-americanos. Ele afirmou que o potencial de liderança brasileiro na região justificaria a criação de uma instituição que trabalhasse exclusivamente com as políticas para a América do Sul.

Na opinião do Senador, a suposta integração que já existe se dá de forma muito abstrata: “O Brasil possui uma liderança potencial e deve trabalhar intensamente para uma integração física mais eficiente com os vizinhos da América do Sul. Afirmamos que há integração, mas com a gente aqui, e eles lá”, explicou.

Inácio defendeu uma integração efetiva, eliminando as barreiras para que o Brasil acesse o Oceano Pacífico, o que viria por meio de um trabalho intenso nas fronteiras e passaria pela criação de novos acordos.

O Senador também citou a preocupação com o aquecimento global, sugerindo ao Ministro Celso Amorim que o Governo Federal se comprometa no sentido de atrair, para o Brasil, a sede da conferência que marcará os 20 anos da Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, dado o manancial de alternativas positivas que o Brasil possui para lidar com o problema das mudanças climáticas.

Celso Amorim afirmou que o Brasil age com muita transparência nas conferências ambientais das quais participa. Ele deu como exemplo a divulgação das estatísticas sobre desmatamento e concordou com Inácio de que o Brasil tem muitas idéias interessantes para contribuir com o debate mundial sobre meio-ambiente.

Celso Amorim também destacou a importância da América Latina e do Caribe para o comércio exterior brasileiro, afirmando que a integração entre o Brasil e seus vizinhos está se dando pouco a pouco. Ele disse que as trocas comerciais com a América do Sul, em 2003, ficaram no patamar de US$ 10 bilhões e em 2006 já chegaram a US$ 26 bilhões. Também afirmou que o governo brasileiro vem fazendo investimentos em infra-estrutura a fim de facilitar a conexão com países do Norte e do Oeste do continente, garantindo integração com nações do Pacífico e do Caribe.