Angola realiza nesta sexta-feira () as primeiras eleições legislativas desde o fim da guerra civil (-2002). Cerca de oito milhões de eleitores devem eleger 220 deputados dos 14 partidos e coalizões políticas, entre eles o Movimento Popular de Liberação de Angola (MPLA) – no poder desde à independência da ex-colônia portuguesa em 1975 – e a antiga rebelião da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Os angolanos não votam desde 1992, quando as eleições gerais foram realizadas graças a uma trégua na devastadora guerra civil gerada pela independência. Mas o líder da Unita, Jonas Savimbi, se recusou a aceitar os resultados que o davam como perdedor e retomou as armas. O conflito acabou somente quando ele morreu.
"Angola está numa situação completamente diferente", disse Rui Farcao Pinto de Andrade, diretor de Informação e Propaganda do MPLA. "Sairemos deste processo em paz olhando para o futuro".
"Queremos que as eleições sejam pacíficas e que as pessoas esqueçam o que aconteceu em 1992", declarou Carlos Morgado, um representante da Unita para a província de Luanda.
As próximas eleições serão uma prova de popularidade para o chefe do Estado angolano, Eduardo dos Santos, antes da eleição presidencial de 2009, para a qual ainda não é candidato oficial.
O presidente, em geral muito discreto, vem multiplicando há um mês as inaugurações de instalações públicas (hidrelétrica, hospital, escolas), insistindo no processo realizado em termos de reconstrução.
Angola, que dispõe de reservas de petróleo enormes, vem se beneficiando da alta dos preços do petróleo. Além disso, deve registrar crescimento econômico de mais de 20% em 2008. Com cerca de dois milhões de barris por dia, a Angola disputa com a Nigéria o primeiro lugar como produtor de petróleo do continente.