A cooperação econômica, comercial, científica e cultural com a América Latina é uma prioridade na política internacional da Rússia, assegurou nesta segunda-feira () o ministro de Relações Externas, Serguei Lavrov.
O chanceler afirmou que Moscou e os países dessa região são aliados naturais na criação de uma nova ordem mundial "mais segura e justa".
Lavrov inicia nesta segunda-feira uma visita de trabalho a Portugal e depois realizará visitas oficiais à Colômbia, Equador e participará na Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) no Peru, que terá a participação do presidente russo, Dmitri Medvedev.
"A Federação Russa e a América Latina coincidem na necessidade de solucionar os problemas chaves da atualidade, com base no apego comum às normas do Direito Internacional e do fortalecimento dos organismos multilaterais", disse o diplomata.
Lavrov ressaltou que ambas as partes recusam as tentativas de impor posturas unilaterais e respeitam os interesses dos sócios e o princípio de não ingerência em assuntos internos dos estados soberanos, segundo informou a agência RIA-Novosti.
"Muitos países latino-americanos condenaram a agressão georgiana contra a Ossétia do Sul, a política dos Estados Unidos com respeito ao Cáucaso e apoiaram a operação russa de imposição de paz", lembrou.
Na opinião de Lavrov, esta região busca vias próprias para fortalecer a democracia e a estabilidade política, eleição soberana que está dentro das competências dos povos e governos correspondentes.
Rússia está disposta a promover a cooperação benéfica com todos os países da região sem motivo ideológico algum para isso, enfatizou.
Recusou o critério de cientistas políticos que atribuem o reforço dos laços russos com a América Latina e o Caribe à rivalidade diplomática com os Estados Unidos. "O principal é a coincidência objetiva de interesses", sustentou.
Com relação ao material bélico que Moscou vende aos países da zona, esclareceu que se trata unicamente de "armas defensivas", comercializadas sem violar compromissos internacionais.
"A Rússia compreende o desejo de muitos países latino-americanos de diversificar as fontes provedoras deste tipo de material como parte dos projetos de modernização das Forças Armadas", destacou.
O chanceler destacou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não impôs restrição alguma às vendas de armamentos às nações latino-americanas.