Objetivo também é tornar plantio dessa fruta opção mais promissora de plantio nas áreas irrigadas do Semiárido
Frutos doces para serem consumidos in natura, da mesma forma que se consome uva, goiaba ou manga. Uma cultivar de acerola com essa característica está em desenvolvimento na Embrapa Semiárido. O objetivo é ampliar o mercado e tornar o plantio dessa espécie frutífera opção mais promissora de plantio nas áreas irrigadas do Semiárido brasileiro.
“Embora os benefícios nutricionais da fruta sejam amplamente conhecidos do público em geral, sobretudo a sua extraordinária quantidade de vitamina C, a acidez excessiva desestimula o consumo da acerola fresca”, afirma o pesquisador Flávio de França Souza.
Nas cultivares atuais, os frutos apresentam elevado índice de acidez e são muito perecíveis. Assim, costumam ser mais bem aproveitados na indústria, no processamento de fármacos, polpas e sucos. Com o mercado restrito ao processamento industrial, os preços praticados no mercado nem sempre remuneram bem aos agricultores que têm que arcar com o alto custo de produção da cultura.
Importante
A oferta de variedades de frutos doces é uma inovação capaz de induzir um crescimento considerável na demanda da fruta, afirma Flávio de França. O impacto disso será sentido, principalmente, pelos pequenos produtores do Nordeste. Na região, estão quase 80% da área cultivada com acerola no Brasil (5.000 ha), ocupada por mais de 2.000 propriedades com tamanho médio de 2,0 ha.
O importante é dispor de cultivares que tenham aptidão bem definida: para consumo in natura e para uso na indústria. Ocorre que, atualmente, apenas acerolas ácidas estão sendo produzidas em escala comercial, pois faltam cultivares de frutos doces.
Desempenho
Nos ensaios conduzidos na Estação Experimental da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), estão em avaliação mais de 100 clones de aceroleiras coletados nos Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Paraíba, São Paulo e Paraná. Além disso, estão sendo analisados vários materiais desenvolvidos em Petrolina, a partir dos cruzamentos entre plantas selecionadas. Os resultados preliminares são bastante animadores, pois apontam a possibilidade de se obter frutos com alto teor de açúcar e baixa acidez.
Fonte: Embrapa