Rússia participará de construção de gasoduto entre Argentina e Bolívia


A presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente russo, Dmitri Medvedev, acordaram nesta quarta-feira a participação russa na construção de um gasoduto entre Argentina e Bolívia, além de estabeleceram que o grupo russo Lukoil fornecerá diesel para a Argentina, reforçando a presença russa na América Latina.

Cristina é a primeira chefe de Estado argentino a visitar a Rússia, nos últimos dez anos. Depois de ter encontrado na última terça-feira o premier russo, Vladimir Putin, a governante argentina foi recebida nesta quarta-feira por Medvedev, que definiu como "brilhantes" as perspectivas de cooperação entre os dois países.

Na ocasião, o presidente russo presenteou Cristina com um chapéu prateado, como havia sugerido o presidente venezuelano Hugo Chávez, no último mês. Argentina e Rússia assinaram uma declaração conjunta sobre parceria estratégica, que abrange os setores espacial (sobretudo para o lançamento de satélite), bancário, energético e militar-técnico.

Medvedev anunciou que a Rússia está pronta para participar da construção do gasoduto. "Temos a oportunidade de desenvolver a cooperação no setor de gás, inclusive com participação na construção de um gasoduto que ligue a Argentina e a Bolívia", declarou o presidente russo à agência Ria Novosti.

A Bolívia, que tem as maiores reservas de gás da América Latina depois da Venezuela, assinou um contrato em março para construir o gasoduto a um custo de US$ 1,5 bilhões, com a perspectiva de quadruplicar as provisões de gás de La Paz.

Entre as empresas que pretendem reforçar sua presença na América Latina está a Gazprom, que já assinou neste ano um contrato de prospecção de gás com a Bolívia e está negociando com o Brasil, Argentina e Venezuela por um projeto comum de gasoduto transcontinental que também atrevesse a Bolívia.

Cristina e Medvedev também assinaram um memorando trienal em relação ao grupo Lukoil, que fornecerá diesel à companhia argentina Enarsa e poderá utilizar as infraestruturas da empresa Pobater para a estocagem do combustível.

Outro aspecto importante foi a assinatura da declaração conjunta sobre a cooperação no uso da energia nuclear para objetivos pacíficos. Por fim, Medvedev anunciou a assinatura de um acordo para a eliminação recíproca de vistos.