Mais 5 bilhões


Recursos serão emprestados pelo Banco Mundial ao governo, diz ministro.

BNDES usará dinheiro, principalmente, para empréstimos a exportadores.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta quinta-feira (), que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá mais R$ 5 bilhões para empréstimos ao setor produtivo, principalmente para atividades ligadas às exportações. Os recursos, segundo ele, serão provenientes de uma linha de crédito do Banco Mundial (Bird).

"É normal que o BNDES capte recursos do Banco Mundial e do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento]. É uma maneira mais ágil de conseguir os recursos. O Banco Mundial empresta para a União, e a União repassa para o BNDES", informou Mantega a jornalistas.

Para viabilizar a operação, disse o ministro, está sendo editada nesta sexta-feira () uma Medida Provisória pelo governo federal, que também autorizará, entre outros assuntos, o perdão de dívidas de até R$ 10 mil que tenham mais de cinco anos.

"Ela [a operação de empréstimo do Bird ao governo, que vai repassar os recursos ao BNDES] estava em negociação e, com essa MP, ela fica autorizada a ser realizada. O recurso ainda não chegou ao Brasil. Quando ele vier, vamos repassar ao BNDES", disse o ministro da Fazenda.

Segundo Mantega, a taxa de juros do empréstimo do Bird ao governo, para o BNDES, será de libor (mercado inglês) mais 1% ao ano. "É uma taxa de juros bastante baixa. E o BNDES repassa para empresas, principalmente para atividades ligadas à exportação, que também são emprestadas com libor mais alguma coisa. É um funding [fonte de recursos] importante para o BNDES", acrescentou ele.

Mantega informou ainda que será realizada, nos próximos dias, mais uma alteração nas regras dos depósitos compulsórios – recursos que têm de ser mantidos no Banco Central pelas instituições financeiras. A alteração terá por objetivo liberar mais R$ 7,5 bilhões para o BNDES, disse ele.

Segundo o ministro, estes recursos estão dentro dos R$ 10 bilhões, anunciados no início deste mês, de injeção de valores no BNDES. Deste total, R$ 2,5 bilhões já foram repassados pela Caixa Econômica Federal ao BNDES, restando os outros R$ 7,5 bilhões – que serão viabilizados com alteração no compulsório.