Ceará inicia nova era do petróleo


Perspectivas novas se abrem para o Ceará, com a concretização da refinaria e a inédita regaseificação em mar

O petróleo é mesmo um negócio fabuloso. Constitui uma verdadeira agência de fomento, gerando empregos, multiplicando riquezas e bem-estar. Sua exploração, no Brasil, se confunde com a história da Petrobras — empresa que teve a ousadia e a competência de buscar o ´ouro negro´ no fundo do mar, desenvolvendo tecnologia de ponta para isso, há exatos 55 anos.

O ciclo do petróleo e do gás no País inicia nova fase, com a descoberta do combustível fóssil na camada pré-sal. Perspectivas absolutamente novas se abrem também para o Ceará que, após quatro décadas de espera, vê a tão sonhada refinaria mais perto de virar realidade.

O Estado vai protagonizar, ainda, uma experiência inédita da estatal, que é a liquefação e a regaseificação em alto-mar, no Porto do Pecém. Para tentar compreender a importância da Petrobras no Estado e o atual momento de deslanchada dos projetos locais, o Diário do Nordeste foi longe. Quase 50 km da costa, na Plataforma Atum 3 (PAT-3) , em Paracuru, a 87,9 quilômetros de Fortaleza.

No Campo de Atum , são produzidos 2,7 mil barris/dia de óleo e 75 mil metros cúbicos de gás. No Ceará, são nove plataformas, em quatro campos petrolíferos. Todos estão situados no litoral de Paracuru: Curimã (com duas plataformas), Espada (uma plataforma), Atum (três plataformas) e Xaréu (três plataformas). A produção cearense é pequena, comparada à de outras bacias, como Campos. Mas tem se revertido em desenvolvimento para os cearenses, seja por meio da geração de empregos ou do pagamento de royalties.

No atual momento da Petrobras, os funcionários lotados no Ceará não cabem em si, de tanta satisfação. ´A cada notícia, quando a gente sabe de uma nova descoberta, de um campo de exploração, pode ser até mesmo em outra área de atividade, em outro estado, a gente sente orgulho de fazer parte desta empresa´, diz o cearense Eliezer Sampaio, 23 anos e 10 meses de estatal.

´Nunca me senti tão orgulhoso em ouvir as pessoas comentando nas ruas sobre a grandiosidade destas descobertas e das novas atividades aqui no Ceará´, resume o potiguar José Maria de Sousa, 51 anos, 25 dos quais dedicados à Petrobras. Atualmente, ele é supervisor da PAT 3. O sentimento de Zé Maria é compartilhado por colegas de trabalho, que parecem formar uma verdadeira família verde-amarela.

FIQUE POR DENTRO
55 anos de pioneirismo, ousadia e competência

Em 1953, quando foi criada, a Petrobras recebeu do Conselho Nacional do Petróleo quatro campos do insumo, produzindo apenas 2.700 barris/dia, além de uma pequena refinaria na Bahia, que processava somente 2.500 barris diários. Em mais de cinco décadas de atividades, a Companhia correspondeu às expectativas da população. Transformou-se numa das maiores petrolíferas do planeta, com produção de 2,4 milhões de barris de petróleo e gás diários, sendo 2,2 milhões no País e 200 mil no exterior.

Seu extraordinário crescimento tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Nestes 55 anos, o volume de petróleo descoberto pela Petrobras permitiu uma produção acumulada, no País, de 10,2 bilhões de barris de petróleo e ainda deixar, para produção futura, reservas provadas dos campos nacionais de 12 bilhões de barris. De 1998 até agosto de 2008 foram pagos à União, estados e municípios cerca de R$ 93 bilhões em royalties pela produção.

MAIS TRABALHADORES E FORNECEDORES
Ciclo abrange cadeia produtiva

A Petrobras projeta desafios, tanto para qualificação no fornecimento de bens, como de pessoal

Se correspondeu, até o momento, à expectativa dos brasileiros, a Petrobras precisa continuar projetando um horizonte de desafios ainda maiores a serem vencidos. Isto porque a Companhia está diante de oportunidades para toda a cadeia produtiva do País, exigindo qualificação no fornecimento de bens e serviços, de recursos humanos, de pesquisa tecnológica e de responsabilidade social e ambiental.

A carteira de investimentos da estatal é composta, em sua maioria, por projetos estruturantes. A repercussão multiplicadora destas iniciativas envolve a abertura de oportunidades de trabalho em vários segmentos da economia e em diversas regiões do País, incluindo o Nordeste, com refinarias projetadas e em andamento em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Maranhão.

´A exploração da área de pré-sal, por exemplo, vai ser simplesmente inédita em termos de tecnologia. Esse é um momento especial. É uma pena que eu não tenha mais idade para trabalhar lá´, afirma José Maria de Sousa, supervisor da PAT -3, em Paracuru.

Nos últimos cinco anos, a Petrobras retomou as encomendas de contratações de plataformas e navios no País, o que permitiu o renascimento da indústria naval brasileira. Para dar suporte aos grandes desafios, a estatal prevê uma série de atividades. Entre elas, a encomenda de 63 sondas de perfuração marítima; outras plataformas de produção; 234 navios petroleiros e barcos de apoio (alguns que já estão licitados e outros a licitar) para suportar as operações de exploração e produção no mar e de quatro mil quilômetros de novos gasodutos para levar gás natural a todo o Brasil.

Em termos de geração de emprego, o destaque no Estado ficará por conta da implantação da refinaria premium 2. Para Eliezer Sampaio, técnico de segurança do trabalho, haverá uma grande demanda por profissionais da área técnica. ´Financeiramente, compensaria muito mais ingressar na área do petróleo se fosse há quinze anos. Mesmo assim, é um campo em franca expansão, com as grandes descobertas anunciadas e a inserção do Estado do Ceará neste contexto´, comenta.

SEM ARREPENDIMENTO
O risco em alto-mar é fator de estresse

O cearense José Arlindo Nogueira de Moura, 45 anos, natural de Fortim, acompanhou a obra de construção da Plataforma Atum 3, durante um ano, em Aracaju (SE). Desde que foi lançada ao mar, em 1988, ele trabalha embarcado. São 24 anos de Petrobras, contando o tempo em que atuou em outras unidades. Hoje, é responsável pela operação e manutenção elétrica na PAT.

O técnico não nega que o risco, inerente ao trabalho em alto-mar, é fator de estresse. ´Há dias carregados. A gente tem que ficar calmo para não parar´, relata. Apesar das situações adversas, diz que ´fez a coisa certa´, ao optar pelo atual emprego. ´Gosto mesmo de trabalhar aqui. Fiz curso técnico e almejava atuar nesta área´.

Quando ingressou na Petrobras, havia passado em um concurso para a Coelce e em outro para a Chesf. Se emociona ao falar que estava embarcando pela 1ª vez quando o carteiro chegou com a convocação. ´Não me arrependo de ter optado pela Petrobras´.

Ele conta que já passou por situações de emergência. ´O mais sério foi de um cara que decepou a mão numa sonda. Conseguimos prestar os primeiros socorros e o membro foi reimplantado; ele já recuperou parte dos movimentos´.

ESTATAL REVÊ CARTEIRA
Projetos somam US$ 112,4 bilhões

Eliezer Teixeira Sampaio afirma que ainda sente ansiedade antes de embarcar, apesar da experiência (Foto: Thiago Gaspar)
A Petrobras está reavaliando o seu planejamento estratégico para 2020, que vai incluir novos projetos

A Petrobras comemorou sua longeva existência, no último dia 3 de agosto, em um período marcado pela magnitude das recentes descobertas de petróleo e gás que vão levá-la a um novo patamar como empresa de energia e conduzir o País a uma nova era. Além das sucessivas descobertas, na área conhecida como pré-sal, a Companhia tem uma carteira robusta de projetos em todas as suas áreas de atividades.

A previsão de investimentos é da ordem de US$ 112,4 bilhões, para os próximos cinco anos. Este valor poderá ser elevado com a revisão do Planejamento Estratégico 2020, ainda não finalizado, e que vai incluir investimentos para a área do pré-sal, novas refinarias, plantas de biocombustíveis, petroquímica e fertilizantes, além da expansão da infra-estrutura de abastecimento de gás natural e derivados de petróleo.

No momento, de acordo com a Gerência de Imprensa da estatal, diante da conjuntura econômica mundial, a Petrobras está reavaliando o seu planejamento estratégico para 2020, que vai incluir novos projetos, entre os quais está o desenvolvimento da produção da camada pré-sal e mais três refinarias (Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte), além das duas em construção (PE e RJ).

Quando começou a operar, em 1954, eram apenas 2.700 barris de petróleo por dia, 170 mil barris de reservas e uma refinaria na Bahia. Hoje, são produzidos 2,4 milhões de barris de petróleo e gás diários (2 milhões no País e 200 mil no exterior), 15 bilhões de barris de reservas no Brasil e no exterior — sem contar as do pré-sal — e 15 refinarias — 11 no Brasil e quatro no exterior.

Perfil

Um resumo dos números de suas atividades indica que a empresa opera 14 mil poços de petróleo e gás, 109 plataformas de produção, 23 mil quilômetros de dutos, quase 100 navios petroleiros (próprios e afretados), 51 terminais marítimos fluviais e lacustres, 15 refinarias, 16 usinas termelétricas (uma delas no Estado), duas plantas de fertilizantes e 87 mil postos de serviço.

As reservas combinadas de petróleo e gás no Brasil, que eram de 8,5 bilhões de barris em 1997, cresceram 76%, chegando a 13,9 bilhões de barris de óleo equivalente. A Petrobras vem batendo recordes de perfuração e produção, ajudando no posicionamento do País como importante frente da indústria do petróleo.

DE IMPORTADOR A EXPORTADOR
Refino de óleo no Estado começa em setembro de 2014

Com o perfil da refinaria, o Ceará passa de importador a exportador de combustível

A Petrobras trabalha intensamente para aumentar a produção e se tornar exportadora sustentável, não só de petróleo, mas principalmente, de derivados, com a construção de duas Refinarias Premium — uma no Ceará e outra no Maranhão — voltadas para produção de combustíveis de elevada qualidade. ´O Estado sempre teve condições de abrigar uma unidade de refino. A gente acompanhava com boa perspectiva o desenrolar deste investimento´, afirma José Maria de Sousa, supervisor da PAT-3.

A refinaria cearense — com capacidade de processamento de 300 mil barris por dia de petróleo — vai ser incluída no Planejamento Estratégico da Petrobras para o horizonte de 2020, que está em fase de revisão e seria divulgado em outubro. Diante da conjuntura econômica mundial, a Companhia adiou a sua divulgação para até o fim deste ano.

O empreendimento será construído na área do Porto de Pecém, com investimentos da ordem de US$ 11,1 bilhões. O início da produção, segundo a Gerência de Imprensa da estatal, será em setembro de 2014 (Fase I — 150 mil barris por dia). A segunda fase, também para a produção de 150 mil barris diários, será em setembro de 2016.

A refinaria produzirá, principalmente, óleo diesel tipo EURO V (< 10 ppm de enxofre) para exportação, e QAV, nafta, GLP e bunker para o mercado interno. A produção de diesel será em torno de 50% de toda a produção da refinaria. Com este perfil, o Estado passará de importador a exportador de combustível.

Durante a obra a previsão é de geração de cerca de 90 mil postos de trabalho (diretos e indiretos), além do efeito de aumento na arrecadação de impostos e geração de renda. Haverá necessidade de engenheiros e técnicos de nível médio, principalmente nas áreas de soldagem e montagem industrial e operários em especialidades da construção civil.

As duas unidades premium que a Petrobras irá construir — uma no Ceará e outra no Maranhão — tiveram seu projeto original modificado para receber o óleo retirado do bloco de Tupi, no pré-sal. As novas refinarias estavam antes programadas para processamento de óleo pesado. Com as recentes descobertas da Bacia de Santos, todas revelando a existência de jazidas de óleo leve, a estatal alterou os investimentos.

Hoje a produção de petróleo da estatal no País é superior à demanda nacional e à capacidade de refino, numa clara demonstração da sustentabilidade da auto-suficiência. No 1º semestre de 2008, a empresa manteve a sua condição de exportadora líquida.

DESENVOLVIMENTO
Estatal já perfurou mais de 800 poços no Ceará

A Petrobras mantém em Paracuru uma base que dá apoio às atividades marítimas, empregando cerca de 100 pessoas. Em relação à participação nos royalties, o município recebeu em 2007 R$ 1,54 milhão. O acumulado de janeiro a julho desde ano foi de R$ 1,09 milhão. Desde o início da sua atuação no Estado, em 1967, a estatal já perfurou mais de 800 poços petrolíferos.

Energia

Ao longo de décadas de atividades, a Petrobras mudou sua estratégia de atuação, passando a atuar não só na área petrolífera, mas também no ramo de energia. Com a visão de sustentabilidade, tornou-se líder em álcool combustível e, agora, investe no biodiesel, além da geração térmica. Na opinião de especialistas, a eficiência energética precisa ser considerada hoje como fator estratégico no processo de desenvolvimento dos países, especialmente aqueles mais dependentes de petróleo importado, devido à pressão que exerce no processo inflacionário internacional, além do impacto ambiental inerente ao processo de construção e geração de energia.

No 3º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a principal recomendação para empresas e consumidores enfatiza exatamente o papel da eficiência energética, ao invés da discussão de como produzir mais energia. Em suma, a proposta mundial, agora, é pensar quanto se pode deixar de produzir, se o consumo for mais eficiente.

IMPACTOS
Centec vai elaborar estudo sobre Complexo do Pecém

A Secretaria da Infra-Estrutura (Seinfra) contratou o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para a área industrial do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Os trabalhos, conforme determina o contrato, deverão ser concluídos num prazo de quatro meses, a contar da assinatura da ordem de serviço, cuja data ainda deverá ser definida. A execução dos estudos está orçada em R$ 1,6 milhão, que serão pagos com recursos do Tesouro Estadual.

A contratação do estudo se refere apenas à parte industrial do Complexo, pois a área portuária já possui as licenças ambientais exigidas para a sua operação. O Cipp já detém uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) aprovada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) em novembro de 2006. O secretário Adail Fontenele destacou que a contratação do Centec faz parte de uma exigência técnica para a instalação da refinaria da Petrobras e da siderúrgica no Cipp.

Criado em 1999, o Instituto Centec é uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos que foi qualificado pelo Governo do Estado do Ceará como Organização Social (OS). O Centec funciona como centro de referência da educação profissional, com a missão de promover a educação e as atividades tecnológicas.

ENTRE 2008 E 2012
Estatal aporta R$ 65 milhões em novos poços

O planejamento estratégico da estatal prevê a perfuração, no Ceará, de três poços em águas profundas até 2010

A Petrobras começou a investir mais de R$ 65 milhões na perfuração de poços de petróleo em águas profundas no Estado. Os recursos contemplam o planejamento estratégico da estatal para o período entre os anos de 2008 e 2012, segundo Fernando Lima, gerente-geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará.

´Continuamos com um plano muito forte de investimentos para a área´, afirmou o gerente, em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste. Estão contempladas atividades exploratórias na Bacia do Ceará, onde está prevista a perfuração de três poços em águas profundas, sendo um em 2009 e os outros dois em 2010.

Também estão previstas atividades na porção da Bacia Potiguar que se estende para o Ceará, em águas profundas, que contemplam estudos geológicos e geofísicos, culminando com a perfuração de dois poços exploratórios até o ano 2012.

No momento, está tramitando o processo de licenciamento ambiental, no Ibama, para os poços a serem perfurados na Bacia do Ceará. Enquanto que na Bacia Potiguar estão em andamento os estudos geológicos e geofísicos que darão suporte ao posicionamento dos poços a serem perfurados.

Investimento exploratório

Está previsto, para o período 2008-2012, um investimento exploratório da ordem de R$ 147 milhões, sendo R$ 65 milhões na Bacia do Ceará e R$ 82 milhões na Bacia Potiguar.

O gerente-geral confirmou que, só em 2008, o orçamento de exploração e produção para o Estado é de R$ 300 milhões. Entre os projetos de investimento, destacou a instalação de 53 km de cabo elétrico, no último mês de junho, que ligou a Subestação do Pecém às plataformas marítimas, conectando assim todo o sistema de produção de petróleo ao Sistema Interligado Nacional (SIN) para o fornecimento de energia elétrica às plataformas.

A Petrobras também ampliará a injeção de água nos campos marítimos do Ceará, visando o aumento da recuperação de petróleo. Hoje, a estatal está produzindo no Estado 9,8 mil barris/dia de óleo e 195 mil metros cúbicos por dia de gás. Com esta produção, o Ceará ocupa a 10ª posição no ranking das regiões produtoras no Brasil. Aqui estão instaladas nove plataformas, quatro campos marítimos e dois campos em terra, em Aracati e Icapuí.

´A Petrobras começou a perfurar na Bacia do Ceará desde 1967. Uma década depois, descobriu o primeiro campo, o de Xaréu, em Paracuru, no noroeste do Estado´, relembrou Lima. Este campo começou a produzir em 1981. Desde o início, foram mais de 200 poços perfurados na região.

Dados de dezembro do ano passado mostram que as reservas provadas de petróleo em mar, na Bacia do Ceará, chegam a 9,15 milhões de metros cúbicos — o que equivale a cerca de 57,54 milhões de barris, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Já as reservas provadas de gás totalizam 824,58 milhões de metros cúbicos.

 

ÁGUAS RASAS
NE era o ´futuro da produção´

Petrobras direcionou a exploração e produção para o mar, descobrindo petróleo em águas rasas na Região Nordeste

Até o fim da década de 60 a produção de petróleo e gás do Brasil era proveniente de campos terrestres. Como as pesquisas em terra não vinham oferecendo respostas positivas, a Petrobras direcionou suas atividades de exploração e produção para o mar, descobrindo petróleo em águas rasas da Região Nordeste do País, em 1969. ´Começamos a produzir off shore (em mar) no Espírito Santo, na Bahia, em Sergipe e no Rio Grande do Norte´, recorda Rivaldo de Lima Rodrigues, supervisor de operação da Plataforma Atum 3 (PAT – 3).

Rivaldo acrescenta que o estado potiguar era considerado o futuro da Petrobras em águas rasas, com plataformas capazes de buscar óleo em até 13 metros de profundidade. ´As do Ceará, no caso, têm em média 50 metros de profundidade. Hoje, já se fala em sete mil metros, com o pré-sal´, diz.

Na década de 70, a empresa fazia as primeiras descobertas de petróleo e gás na Bacia de Campos, que é hoje a maior região produtora do Brasil. Lá estão em operação 50% das 109 plataformas instaladas no mar brasileiro, produzindo petróleo e gás natural de poços em águas que se estendem desde os 80 metros até quase dois mil metros de profundidade.

Em 1997, com o fim do monopólio, a Petrobras passou a atuar no novo cenário de competição, instituído pela Lei 9.478. No mesmo ano, a estatal conseguiu superar a produção de 1 milhão de barris diários de petróleo. Em 1998, assinados primeiros acordos de parceria entre Petrobras e empresas privadas para exploração de petróleo; Petrobras participa da primeira licitação para concessão de blocos exploratórios promovida pela ANP.

Respaldo

Cerca de meia centena de empresas internacionais de exploração e produção estão instaladas no País. A maioria, atuando em parcerias com a Petrobras. ´Em 2006, nos tornamos auto-suficiente na produção e, agora, partimos para a área de energias renováveis, com o biodiesel´, diz.

Em muitos dos blocos exploratórios, arrematados nas licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nos quais a companhia está associada a empresas multinacionais, ela foi escolhida como operadora em nome dos sócios, exatamente pelo reconhecimento da competência técnica em águas profundas. ´Só a Petrobras domina essa tecnologia´, comemora o funcionário.