Refinarias – Ampliação e Modernização


Em 2015, a Petrobras terá a capacidade de refino de 3,4 milhões de barris por dia. Este volume colocará o Brasil entre os cinco países com maior capacidade de produção de derivados de petróleo no mundo. Se a auto-suficiência garantiu uma situação mais confortável para o País em relação à seqüência de altas recordes dos preços da commodity no mundo, o aumento da capacidade de refino coloca, definitivamente, a companhia como um dos mais importantes players da indústria petrolífera no planeta.

Para tanto, duas novas refinarias estão em construção e outras três serão construídas, as Premium I e II, uma no Maranhão e outra no Ceará, com capacidade para 600 mil e 300 mil barris/dia, respectivamente, além da Refinaria do Rio Grande do Norte, que contribuirá com 30 mil barris/dia. Já em construção, no Rio de Janeiro, o Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) terá capacidade para refinar 150 mil barris/dia. Enquanto em Pernambuco, a refinaria Abreu e Lima, que tem como parceira a venezuelana PDVSA, adicionará mais 200 mil barris diários à capacidade de refino da Petrobras.

Até 2015, a soma da capacidade de refino destes novos empreendimentos representará um adicional de 1.280 mil barris/dia. Além disso, nas 11 refinarias em operação, o projeto Carteira de Diesel Brasil Novo garante o compromisso com a qualidade do produto final que a Petrobras leva para o mercado. Este movimento de modernização e ampliação das unidades antigas, associado à entrada em operação dos novos empreendimentos, deve garantir à Petrobras uma escalada no ranking das empresas petrolíferas integradas. Ou seja, mais do que um mero produtor de matéria-prima, a Petrobras quer ser uma referência na comercialização de derivados.

A questão ambiental é outro fator que pesa quando o assunto é refino. Os Estados Unidos, por exemplo, construíram a última refinaria há 30 anos. Os norte-americanos também têm déficit na área de refino. Entretanto, assim como os europeus, enfrentam sérias restrições ambientais para a construção de novas unidades. Por conta desta realidade, quem está investindo hoje em refino no mundo é o Brasil, o Oriente médio, como a Arábia Saudita, e alguns países do Oriente, como a Índia e, principalmente, a China. Estes dois últimos, por conta de um vultoso aumento da demanda interna.

Se no mercado externo a Petrobras se prepara para se tornar referência em volume de refino, no interno a companhia tem se antecipado às exigências de agências reguladoras para garantir um combustível ambientalmente cada vez mais correto. A prioridade é reduzir o teor de enxofre. Em 2016, todo derivado produzido no Brasil será de 10 ppms (partes por milhão) para baixo. Até 2011, este volume deve chegar a 50 ppms. Hoje, na área do diesel, são dois mil ppms, no interior, e 500 ppms, nas cidades. O objetivo é reduzir para 50 ppms, na região metropolitana, e para 500 ppms, no interior.

A Petrobras está investindo nesta carteira de qualidade. Num primeiro momento, o investimento é para reduzir as ppms nas refinarias já existentes. Depois haverá uma nova onda de investimentos nas antigas refinarias para que estejam, até 2016, no mesmo patamar das novas, que já começam a operar com dez ppms.

Porém, há problemas técnicos que vão além dos limites das refinarias da Petrobras. Especialistas afirmam que não adianta apenas melhorar a qualidade do diesel. Tem que se fiscalizar a qualidade dos motores. Os congestionamentos no trânsito das grandes cidades também são um problema, na medida em que o veículo parado naturalmente acarretará numa emissão maior de gases. Sem este conjunto, contando apenas com a melhoria do combustível, a redução das emissões não será significativa.

Refinarias no Nordeste

A escolha do Nordeste para a instalação de quatro das cinco novas refinarias é uma questão de logística. Transportar petróleo é mais barato do que o produto final. Para o petróleo há um tipo de navio específico. Por isso, as refinarias estão espalhadas, em pontos estratégicos, pensando no produto final. As refinarias no Nordeste serão voltadas para exportação. As novas unidades também serão responsáveis pela produção de nafta, petroquímica, GLP, coque e diesel. Produtos que cada vez mais o mercado europeu demandará. Por tanto, é melhor estar instalado no Nordeste. No mercado interno também há necessidade de mais ações naquela região, que hoje tem apenas as refinarias da Bahia e uma outra no Norte, no Amazonas.

Para atender à logística destas refinarias no Nordeste, a Petrobras precisará de cerca de mais 70 navios de médio e grande porte. Para atender está demanda a Petrobras com o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef I e II). Ao todo, são 86 navios e 177 barcos.

Cronograma

Quando entram em operação as cinco novas refinarias:

Comperj  – 2013
Refinaria Abreu Lima  – 2011
Refinaria Rio Grande do Norte  – 2010
Refinaria Premium I – 2015
Refinaria Premium II – 2016