Inácio adverte para caráter conservador da reforma


O Senador Inácio Arruda, em aparte ao discurso do Senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), falou sobre a proposta de reforma política debatida pela Câmara dos Deputados, em especial da polêmica sobre o voto em lista fechada, onde o eleitor vota no partido, que define uma lista prévia de candidatos. “O povo é muito sábio. Às vezes ficamos discutindo que o povo não vai compreender a reforma política, não vai entendê-la. Sempre falamos, vamos fortalecer os partidos, mas termina prevalecendo a idéia de que as lideranças que se expõem pelos veículos de comunicação se sobrepõem aos partidos. Por isso que o voto em lista teve tanta dificuldade de ser aprovado na Câmara dos Deputados”, argumentou.


Segundo análise de Inácio, no atual sistema político os partidos são desconsiderados e ainda prevalece a figura do grande líder, que comanda uma porção do povo, via de regra com forte presença em veículo de comunicação.


O Senador Inácio considerou que o financiamento público de campanhas, proposto para o Poder Executivo, já é um primeiro passo, mas que considera o voto em lista a melhor oportunidade para o Brasil. “Na América do Sul, acho que só o Brasil e o Chile não possuem voto em lista. A reforma política pode acabar tendo um aspecto muito conservador, não somente mantendo o status quo, mas avançando apenas em restrições”, criticou.