O resgate de Ingrid Betancourt e de outros 14 reféns ocorreu porque os rebeldes responsáveis pelo grupo cometeram uma traição, afirmou um comunicado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) postado hoje no site da Agência Bolivariana de Imprensa, que costuma divulgar notas e pronunciamentos dos rebeldes.
"A fuga dos 15 prisioneiros de guerra, na última quarta-feira, 2 de julho, foi conseqüência direta da conduta desprezível de César e Enrique, que traíram seu compromisso revolucionário e a confiança que neles se depositou", afirma o texto. No comunicado, datado de 5 de julho e enviado das "Montanhas da Colômbia", as Farc afirmam que "mantemos vigente nossa política de realizar acordos humanitários que cheguem ao intercâmbio" entre seqüestrados nas mãos do grupo rebelde em troca de guerrilheiros presos.
A decisão de seguir em busca da troca de prisioneiros acontece "independentemente de um episódio como o ocorrido (no caso da libertação dos 15 reféns)", acrescentou a nota. "A paz que requer a Colômbia deve ser resultado de acordos que beneficiem as maiorias, não vai ser a paz dos sepulcros", apontou o texto.
Os dois rebeldes à frente da unidade que mantinha os seqüestrados – Gerardo Aguilar, apelidado de "César", e Alexander Farfán, apelidado de "Enrique Gafas" -, abordaram o helicóptero em que subiram os reféns. Os militares detiveram os dois rebeldes dentro do helicóptero. Os EUA pediram a extradição da dupla sob acusações de seqüestro e terrorismo.