Governo quer sintonia com Congresso


O depoimento do ex-secretário do PT, Sílvio Pereira, na CPI dos Bingos, ou do Fim do Mundo, como prefere definir o líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, deputado Inácio Arruda (CE), não foi discutido no encontro em que o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, reuniu os líderes da base aliada, nesta quarta-feira (). O ministro manifestou a vontade do governo em eleger, em sintonia com os líderes partidários, as questões relevantes que devem ser apresentadas e votadas no Congresso.


“A CPI do Fim do Mundo está desmoralizada porque perdeu seu foco e transformou-se em um República do Galeão digitalizada, com único objetivo de fazer oposição ao governo. Serve para o PSDB e PFL usarem todos os meios na tentativa de impedir a reeleição de Lula”, avalia Inácio, justificando o pouco interesse do governo em acompanhar os desdobramentos das declarações feitas por Sílvio Pereira.


“Sílvio já tinha sido ouvido, é um assunto recorrente, não teria fato novo”, enfatiza o líder comunista, acrescentando que a CPI “não tem capacidade investigativa, está voltada para oposição ao governo Lula, por isso está desacreditada, embora ainda tenha algum crédito de determinada mídia brasileira – mídia de direita, partidarizada, que dá guarida ao trabalho da CPI”.


Agenda de trabalho


Inácio Arruda afirma que o governo federal quer estar afinado com o Congresso e particularmente com a base aliada, para desenvolver uma agenda de trabalho. O ministro Tarso Genro já manifestou desejo de saber os entraves que impedem as votações das MPs e, uma vez, desobstruída a pauta, apresentar novos temas para serem discutidos e votados. Entre os temas, Inácio destacou a reforma tributária, o Simples, a proposta de adequação de número de vereadores.


Para Inácio, a preocupação do governo é procedente, “porque essas MPs (Medidas Provisórias), por mais que saiam ajustadas das mãos do governo, elas são sempre motivo de reparo nas duas Casas (Câmara e Senado)”, Inácio destaca que o processo de negociação entre governo, parlamentares e sociedade leva muito tempo, e é justo que assim seja.


Por isso a dificuldade que tanto Câmara, como Senado tem tido para votar em tempo hábil as MPs, assim como os projetos de lei, as leis complementares e as emendas constitucionais.