Bradesco vence polêmico leilão do BEC com proposta de R$ 700 mi


O Bradesco venceu nesta quarta-feira (/12) o leilão para a compra do Banco do Estado do Ceará (BEC) realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. O banco ofereceu R$ 700 milhões, o que representa um ágio de 28,98% sobre o preço mínimo, fixado em R$ 542,721 milhões. Também estavam pré-qualificados para a disputa GE Capital, Itaú e Unibanco. No entanto, somente a GE Capital apresentou proposta, que acabou sendo inferior à do Bradesco.


O leilão estava previsto para ocorrer desde setembro, mas ações judiciais impediram a privatização. Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou uma liminar que impedia a venda da instituição financeira. No entanto, anteontem o ministro Marco Aurelio de Mello suspendeu essa decisão. Ontem, em nova reviravolta: a vice-presidente do STF, ministra Ellen Gracie, acolheu agravo regimental (recurso) apresentado pelo Banco Central e liberou a venda do BEC.


No leilão, foram ofertadas 82.459.053 ações ordinárias em bloco único do banco cearense, que representam 89,17% do capital social da instituição. A venda, tentada desde 2002, faz parte do acordo fechado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) no final daquele ano. O BEC tem hoje 70 agências no Ceará – o que representa 19,49% das instituições bancárias presentes no Estado –, mais de 278 mil contas e 866 funcionários ativos.


O PCdoB, o deputado federal Inácio Arruda e o Sindicato dos Bancários do Ceará lutaram incessatemente pela manutenção do BEC por meio de ações judiciais que questionaram a constitucionalidade da venda argumentando que era ilegal manter as contas públicas (pagamento de fornecedores e servidores) em um banco privado. Após diversos recursos junto ao Supremo, a corte superior decidiu a favor do leilão.