"Os Estados Unidos buscam, por todos os meios possíveis, provocar um confronto militar entre os países do Oriente Médio para salvar Israel", denunciou o Irã, ao reprovar também pressões de Washington sobre instituições internacionais.
O porta-voz do ministério iraniano de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, afirmou que a Casa Branca tem urdido inumeráveis complôs nesta região e trata de apresentar países muçulmanos como uma ameaça, a fim de favorecer ao regime sionista.
"As autoridades norte-americanas, em uma tentativa de resgatar o regime de Israel, estão lutando por arrastar a República Islâmica do Irã a uma guerra, ao mesmo tempo que tentam tirar proveito das revoltas populares em nações árabes", apontou Mehmanparast.
Teerã tem realizado frequentes contatos com governos árabes, com o objetivo de promover relações amigáveis, ao mesmo tempo em que tem reiterado as acusações contra a hostilidade de Washington na instância bilateral e em foros internacionais.
A esse respeito, meios noticiosos oficiais destacaram declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nas quais culpou os Estados Unidos por interferirem nos assuntos internos da Síria e manipularem o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA).
Em coletiva de imprensa na terça-feira (), Ahmadinejad fustigou a OIEA por fazer vista grossa sobre as radiações depois do desastre nuclear de Fukushima, no Japão e, ao mesmo tempo, difundir um novo relatório com questionamentos ao programa atômico persa.
O presidente respondeu assim a uma entrevista do diretor geral do OIEA, Yukiya Amano, na qual disse que o ente recebeu novas informações de que Teerã esteve realizando, há pouco tempo, atividades nucleares não declaradas com fins militares.
Para Ahmadinejad, a referida agência da ONU segue atuando sob pressões políticas. Ele responsabilizou Amano por levar a entidade a uma direção que atinge sua reputação porque "está tomando ordens dos Estados Unidos".
"Condeno a ingerência estadunidense e de seus aliados nos assuntos internos sírios", assinalou por outro lado o chefe de Estado persa ao destacar que o Governo de Damasco "se situa à vanguarda da resistência (contra Israel)".
Ademais, disse confiar em que as autoridades e o povo sírios "estão capacitados para resolver a situação sem necessidade de intervenção externa, (ainda que) desgraçadamente, alguns governos da região estejam atuando igual aos Estados Unidos".