Grande movimento popular em apoio a obrigatoriedade do diploma


No Brasil, todos os serviços públicos como água, energia, esgoto, petróleo precisam de regulamentação e controle. No entanto, quando se fala no mundo trabalho, a elite brasileira não acha necessária a regulamentação.

Defende que tudo pode ser resolvido numa negociação direta entre patrão e empregado. Foi o que disse o senador Inácio Arruda, relator do Projeto de Emenda a Constituição – PEC 33/2009, que prevê a volta da obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista, durante palestra VIII Congresso Estadual dos Jornalistas, realizado neste sábado (10.04), no auditório do Cuca da Barra do Ceará.

Inácio fez parte da mesa “A retomada do diploma como critério transparente e democrático de acesso à profissão de jornalista”, ao lado da jornalista Maria José Braga, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas, do superintendente do Trabalho e Emprego do Ceará (SRTE-CE), Papito Oliveira, e do presidente da CUT, Jerônimo Nascimento. Ainda em sua fala, o senador Inácio disse que é preciso “desmascarar” a resolução do STF. “O jornalismo não é só literatura e opinião. Isso qualquer pessoa pode fazer. O jornalismo é informação, é a construção da noticia, é o dia a dia na redação. E para a realização dessas tarefas, o profissional precisa de formação, precisa de ética”, completou.

Por fim, Inácio pediu o apoio das centrais sindicais para liderarem junto com a FENAJ e os sindicatos de jornalistas um amplo movimento popular em favor do diploma, ligando a luta pela redução da jornada de trabalho e pela aprovação da PEC da Juventude. Para o senador essa é uma batalha política, uma batalha entre o capital e o trabalho, que precisa ser enfrentada com o apoio popular.

 
Patrimônio da sociedade
Para Maria José Braga, diretora da FENAJ, a regulamentação da profissão é uma demanda e uma conquista dos jornalistas brasileiros, que  setores da elite da comunicação querem acabar. “O judiciário tem sido sistematicamente utilizado para controlar os avanços sociais dos governos progressistas”, ressaltou. Ainda segundo Maria José, o jornalismo é um patrimônio da sociedade e a regulamentação é uma demanda e patrimônio  da categoria. “O Supremo julgou o jornalismo pelo que ele não é, como se fosse literatura, ou opinião.

O jornalismo informativo é a superação da opinião. Seu fundamento é levar a informação para a sociedade para que ela construa sua opinião a respeito do fato noticiado. Por isso, precisamos de regulamentação como tantas outras profissões”, concluiu