
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que o sentimento de impunidade, que não se restringe ao futebol, estimula as brigas e as mortes de torcedores. Ele comentou a morte do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, atingido por um vaso sanitário na sexta-feira (2) após o jogo entre Santa Cruz e Paraná, no Estádio do Arruda, no Recife.
“Se o criminoso tem certeza que vai ser apanhado e punido vai pensar duas vezes em cometer o delito. Hoje, se lavra o boletim de ocorrência e os criminosos vão embora, muitas vezes, impunes. Ou a identificação acontece depois. Acho que o fim da impunidade já seria um bom começo para se banir este tipo de comportamento dos estádios e do futebol no Brasil”, declarou o ministro.
Aldo Rebelo citou as brigas entre torcedores do Vasco e do Corinthians, em agosto do ano passado em Brasília, e entre torcedores do Vasco e do Atlético Paranaense na Arena Joinville (SC), em dezembro de 2013. Nos dois episódios, ressaltou o ministro, os baderneiros poderiam ter sido presos em flagrante, mas isso não aconteceu.
O ministro acrescentou que lamentavelmente a violência no futebol tem sido presente em todo o mundo e mencionou o esfaqueamento de torcedores em Milão, na Itália, e os atos de racismo que se repetem com frequência na Europa. Ele disse que as torcidas violentas não representam o esporte brasileiro e descartou o risco de as brigas ocorreram na Copa do Mundo porque a competição atrairá um tipo diferente de público.
“Quem tem de ter vergonha é quem pratica ou quem protege ou estimula esse tipo de ato. Acho que a Copa do Mundo não é propriamente o momento nem o ambiente em que isso acontece. É outro tipo de torcedor que frequenta os jogos da Copa do Mundo”, defendeu.
Aldo Rebelo visitou nesta segunda-feira (5) as instalações do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea, zona sul do Rio. O clube servirá de centro de treinamento da seleção da Holanda durante o Mundial. “Creio que a Holanda vai receber aqui, no Flamengo, o que há de melhor em matéria de estrutura para o treinamento e para a sua aclimatação às condições do país para a Copa do Mundo”, disse.
De acordo com o ministro, o Flamengo foi selecionado como centro de treinamento porque tem o equipamento escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) e pela Holanda. Segundo ele, a excelência dos centros de treinamento ajudará a trazer boas impressões sobre o país para as delegações e os jornalistas estrangeiros.
Para o ministro, o Brasil não deveria apenas vender jogadores, mas se especializar em oferecer serviços futebolísticos. Na visita, o ministro recebeu do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, uma camisa do clube. “O Flamengo tem este equipamento também porque é uma grande instituição do futebol mundial e brasileiro e se credencia também no futuro a fornecer e a vender serviços futebolísticos, que é uma das vocações do Brasil”, completou.
Fonte: Agência Brasil