Agência Efe (23/12)
O sistema de cabos – na maior parte, submarinos – que liga as comunicações entre os dois continentes, tem 18 mil quilômetros de extensão. Completado em dezembro de 2005, ele se tornou o principal meio de conexão para internet e telefonia entre a Ásia e a Europa.
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Sede da NSA, em Fort Meade, no estado de Maryland, leste dos EUA
Segundo a revista, a NSA teria conseguido, por meio de uma unidade chamada TAO (Departamento de Operações Customizadas, em português), penetrar no site do consórcio que opera a rede e obter informações sobre o gerenciamento do sistema e sua infraestrutura técnica.
O sistema, chamado de SEA-ME-WE-4, vai da cidade portuária de Marselha, na França, atravessa o mar Mediterrâneo até o norte da África, passa pelo Golfo Pérsico até chegar ao subcontinente indiano e ao sudeste asiático. Ao longo do percurso existem 17 pontos de conexão onde os dados associados a cada região são conectados com o continente e a informação é ao mesmo tempo transmitida e recebida das redes locais.
O nome do sistema é composto das siglas em inglês das regiões por onde a rede passa: Sudeste Asiático (“Southeast Asia”, ou SEA), Oriente Médio (“Middle East”, ou ME) e Europa Ocidental (“Western Europe”, ou WE).
Segundo a reportagem da Spiegel, a obtenção das informações internas sobre o sistema pela NSA é apenas o primeiro passo. “Futuras operações estão sendo planejadas para a obtenção de informações adicionais sobre este e outros sistemas de cabos”, afirmou a revista.
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Em resposta à revista, que focou sua matéria no alcance e no crescimento do prestígio da TAO, a NSA respondeu que a unidade “é um patrimônio nacional único que se posiciona na linha de frente possibilitando a NSA a defender a nação e seus aliados. O trabalho da TAO é focado na exploração da rede de computadores em apoio à coleta de inteligência no exterior”. A TAO é baseada na cidade de San Antonio, no Texas (sul dos EUA), enquanto a sede da NSA é no estado de Maryland (leste). Suas instalações, que atualmente abrigam 60 especialistas, deverão aumentar para 270 em 2015.
A revista não citou se a origem das informações partiu do ex-colaborador da agência Edward Snowden – que já colaborou com a Spiegel. A reportagem é assinada por Laura Poitras, que colaborou com Snowden na publicação da primeira parte das denúncias que o norte-americano vazou para a imprensa.
Fonte: OperaMundi