
A Fundação Open Society, de George Soros, responsável pela pesquisa, afirma também que, além de participar de torturas, o grupo médico se envolveu na concepção das práticas contra suspeitos de terrorismo que ocuparam prisões da CIA em Guantánamo, em Cuba, ou no Afeganistão, denuncia o relatório. Pentágono e CIA, no entanto, negam as acusações, dizendo que o relatório contém imprecisões e erros.
O estudo aborda diversas práticas de coerção e tortura, mas concentra-se na alimentação forçada de presos em greve de fome e, também, nos métodos violentos de interrogatório, como a simulação de afogamento (waterboarding) em centros de detenção secretos.
“Fica claro na pesquisa que, em nome da segurança nacional, os militares ignoraram o código de ética dos profissionais da saúde. Eles passaram a funcionar como agentes dos militares, praticando atos contrários à regra e à ética [profissionais]” internacionais e em vigor nos EUA”, afirmou o co-autor do estudo Gerald Thomson, professor de Medicina emérito na Universidade de Columbia, nos EUA.
“O Departamento de Defesa e a CIA alteraram as regras de ética fundamentais para facilitar a participação de profissionais de saúde em abusos contra detidos. Foi isso que aconteceu. E essas distorções ainda existem”, disse Leonard Rubenstein, também co-autor, ao programa da BBC Newsday. Rubenstein denunciou exemplos em que os profissionais de saúde são chamados aos interrogatórios “para procurar vulnerabilidades físicas que os agentes que interrogam possam explorar”.
A investigação foi realizada por militares e peritos legais, especialistas em questões de saúde e ética, e centra-se em especial no papel que desempenharam os profissionais de saúde na alimentação forçada de presos em greve de fome, com tubos. A prática veem sendo frequentemente questionada pelos observatórios de direitos humanos ao redor do mundo.
Fonte: OperaMundi com informações da RT e Público