Fortaleza do cinema


 

Fortaleza sedia, de hoje até 28 de julho, a I Mostra Internacional de Cinema Brasil-Itália-Mundo que tem o objetivo de contribuir para transformar a Cidade num polo líder em cinema na América Latina

Cenas de O Som ao Redor (foto), Cine Holliúdy e La Migliore Offerta: alguns dos filmes da competitiva do festival
Os 15 filmes que disputam troféu na I Mostra Internacional de Cinema Brasil-Itália-Mundo, que acontece entre os dias 22 e 28 de julho, na Caixa Cultural, tomam parte num objetivo político: são o primeiro passo na intenção de transformar Fortaleza num polo de cinema como Hollywood é para os Estados Unidos e a Cinecittà para a Itália.
Um dos entusiastas da ideia é o diretor artístico do festival, o italiano Alessandro Battisti, que já foi presidente (2006-2008) da Cinecittà e senador no parlamento do país. Ele conta a história de um cineasta italiano que se encantou com o Ceará. Veio rodar seu projeto por aqui, mas não pôde ficar. O Estado não fornecia estrutura técnica suficiente.
“Seria bom fazer um estúdio de cinema, onde as pessoas possam trabalhar e que tenha possibilidade de formar gente”, destaca ele, relembrando o fluxo migratório artístico que ainda existe do Nordeste para o eixo Rio-São Paulo.
A intenção é que o evento cresça como aconteceu com mostra análoga promovida por Battisti na cidade marroquina de Marrakesh. “Queremos que as pessoas venham não só pela praia, pela natureza, mas também porque aqui tem um festival internacional de cinema”. No texto de apresentação da mostra, Battisti destaca que Fortaleza pode se tornar “líder na América Latina” em cinema.
Programação

Para ajudar a fomentar o debate, o evento traz cinco seminários sobre os meandros cinematográficos. Os palestrantes discutem, por exemplo, economia do cinema, coprodução e relações internacionais, distribuição, difusão, formação e políticas públicas para o setor.
 

Entre os convidados, estão o cineasta cearense Rosemberg Cariry, autor de filmes como Corisco e Dadá (1996) e Lua Cambará (2002); o professor do curso de Cinema e Audiovisual da UFC, Marcelo Ikeda; e o assessor internacional da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Eduardo Valente.
Os filmes estrangeiros da mostra, em sua maioria italianos, ainda não entraram em circuito comercial no Brasil, como La Migliore Offerta (A melhor oferta, em tradução livre), de Giuseppe Tornatore, e Gli Equilibristi (Os equilibristas, em tradução livre), de Ivano De Matteo.
Tornatore observa no trabalho uma misteriosa coleção de arte e antiguidades, herdada por uma jovem órfã, que fisga o excêntrico diretor de uma casa de leilões.
Já Matteo descreve a situação de uma Europa abalada pelas crises econômicas: separado da esposa, um funcionário público tem de lidar com as dívidas que se acumulam e com uma sociedade cada vez mais hostil.
O Brasil contribui à programação com o prestigiado O Som ao Redor, do pernambucano Kleber Mendonça, que só tem arrebatado elogios no País por analisar a vida brutal e banal da classe média urbana de uma grande cidade brasileira.
Outro incensado é O que se move, do paulista Caetano Gotardo. Halder Gomes, um dos palestrantes, traz seu divertido Cine Holliúdy: as peripécias de Francisgleysson na tentativa de exibir um filme no interior do Ceará em plena década de 1970. A animação Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi, também entra na disputa pelo lado brasileiro.

 

Conheça o júri
Cesare Villone é residente da Câmara de Comércio Brasil-Itália
Denise Carrá é Secretária Executiva da Casa Civil
Francesco Ranieri Martinotti, que será o presidente do júri, é da Cinemateca Francesa
Jane Malaquias é cineasta
Marcelo Ikeda é professor de cinema, crítico e realizador
Pedro Martins Freire é crítico e organizador do Cinema de Arte

 

SERVIÇO

 

Abertura da I Mostra Internacional de Cinema Brasil-Itália-Mundo

Quando: hoje, às 19 horas
Seminários: de 23 a 28 de julho, de 10 às 12 horas e de 13 às 15 horas. Entrada franca.

Mostra competitiva: de 23 a 27 de julho, com sessões às 16h, 18h 20 h. Ingressos (vendidos todos os dias a partir das 10 horas): R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Onde: Caixa Cultural (av. Pessoa Anta, 287 – Praia de Iracema).

Outras info.: www.fortalezafilmfest.com
 

Programação
22 de julho (hoje)
19h – Solenidade de abertura
20h – Exibição hors concurs de Roma Cidade Aberta, de Roberto Rossellini
21h30 – Coquetel
23 de julho (amanhã)
10h-12h / 13h-15h – Seminário Economia do Cinema
15h – Lançamento do livro Lei da Ancine Comentada, de Marcelo Ikeda.
Mostra competitiva:
16h – Il Peggior Natale Della Mia Vita, de Alessandro Genovesi (ITA)
18h – La Moglie del Sarto, de Massimo Scaglione (ITA)
20h – O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho (BRA)
24 de julho (quarta-feira)
10h-12h / 13h-15h – Seminário Coprodução e Relações Internacionais
Mostra competitiva:
16h – Amiche da Morire, de Giorgia Farina (ITA)
18h – Super Nada, de Rubens Rewald (BRA)
20h – Conteurs D’images, de Noëlle Deschampsde (FRA)
25 de julho (quinta-feira)
10h-12h / 13h-15h – Seminário: Distribuição e Difusão
Mostra competitiva:
16h – Qualche Nuvola, de Saverio Di Biagio (ITA)
18h – O que se Move, de Caetano Gotardo (BRA)
20h – Cine Holliúdy, de Halder Gomes (BRA)
26 de julho (sexta-feira)
10h-12h / 13h-15h – Seminário As Novas Fronteiras do Audiovisual
Mostra competitiva:
16h – Breve Storia Di Lunghi Tradimenti, de Davide Marengo (ITA)
18h – Tutti Contro Tutti, de Rolando Ravello (ITA)
20h – Gli Equilibristi, de Ivano De Matteo (ITA)
27 de julho (sábado)
10h-12h / 13h-15h – Seminário: Formação e Intercâmbio
Mostra competitiva:
16h – Pauline Détective, de Marc Fitoussi (FRA)
18h – Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi (BRA)
20h – La Migliore Offerta, de Giuseppe Tornatore (ITA)
28 de julho (domingo)
10h-12h / 13h-15h – Seminário Políticas Públicas e Legislação do Audiovisual
16h – Exibição hors concurs de A Sedição de Juazeiro: A Guerra de 1914, de Daniel Abreu (BRA)
20h – Solenidade de Encerramento e Premiação
21h – Coquetel

 

Fonte: Jornal O Povo